Aos 13 anos, o sírio Kinan Masalmeh é um refugiado. Segundo a rede Al Jazeera, ele chegou à Europa junto com sua irmã.
À rede árabe, ele narrou algumas dificuldades encontradas desde que chegou ao continente: "A polícia não gosta dos sírios, na Sérvia na Macedônia, na Hungria, na Grécia...". E mandou uma mensagem curta, porém contundente.
"Minha mensagem é: por favor, ajude a Síria. Os sírios precisam de ajuda agora. Apenas parem a guerra. Nós não queremos ir à Europa. Apenas parem a guerra. E parem agora".
A crise dos refugiados tomou novas proporções nesta semana. A foto de Aylan Kurdi, menino sírio de três anos que foi encontrado morto em uma praia da Turquia rodou o mundo, e despertou ainda mais atenção para uma crise cada vez maior.
O governo da Hungria também fechou as portas da estação de trem de Budapeste, para evitar que os refugiados se desloquem para outros países do continente - a maioria deseja ir à Alemanha. Nesta quinta-feira (3), após um grande tumulto em um trem, um casal se jogou, junto com o filho pequeno, nos trilhos do trem, em protesto.
O impasse entre um grupo de cerca de 500 imigrantes e a polícia, em uma estação ferroviária perto de um campo de refugiados, se prolonga nesta sexta-feira, após imigrantes se recusarem a desembarcar de um trem e insistirem que devem receber autorização para deixar a Hungria.
O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, Antônio Guterres, apelou à União Europeia (UE) para a distribuição de pelo menos 200 mil refugiados, defendendo que todos os estados-membros deviam ter a obrigação de participar neste programa.
“[É preciso] um programa de reinstalação em massa, com a participação obrigatória de todos os estados-membros da União Europeia. Uma estimativa bastante preliminar parece indicar a necessidade de aumentar as oportunidades de reinstalação de até 200 mil lugares”, escreveu Antônio Guterres em comunicado.
“A Europa enfrenta o maior afluxo de refugiados em décadas", afirmou, ao destacar que "a situação requer um esforço conjunto enorme, impossível com a atual abordagem fragmentada" existente no âmbito da UE.
Mais de 300 mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo desde o início do ano, e mais de 2.600 morreram no trajeto, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).