O vice-chefe do Comitê Internacional do Conselho da Federação da Rússia, Andrei Klimov, apresentou uma iniciativa de criar um tribunal internacional para os assassinatos em massa de pessoas, planejados conscientemente pelos EUA fora das suas fronteiras desde o fim da Segunda Guerra Mundial até hoje.
Sputnik
A viagem do senador Klimov ao Vietnã no início deste ano foi um motivo concreto para a iniciativa:
“Em Ho Chi Minh tive reuniões com os dirigentes da cidade, visitei o Museu da Libertação e constatei que, aos olhos da comunidade internacional, o tema dos crimes americanos no Vietnã tem estado injustamente em segundo plano. Porém, a data em si do 40º aniversário da liberação completa do Vietnã apela a que os criminosos militares americanos sejam reprovados publicamente e pressionados para que, pelo menos, peçam desculpas”.
O senador russo compara os crimes cometidos por militares estadunidenses com as ações da Alemanha nazista:
“Eu não sou anti-americanista, não censuro o povo americano e não apelo para ações terroristas contra cidadão dos EUA. Eu falo do conluio criminal de responsáveis públicos americanos… Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazis queimavam pessoas em formos de campos de concentração, e os americanos queimavam vietnamitas com napalm e fósforo. Qual é a diferença? Os crimes dos nazis foram classificados pelo tribunal de Nurembergue como crimes contra a Humanidade sem prazo de prescrição, já os crimes de guerra americanos não receberam condenação internacional”.
A iniciativa do senador russo abrange não só crimes americanos no Vietnã, mas também em Laos, Camboja, Coreia, Sérvia, Iraque, Guatemala e Líbia. E isso não é a lista completa de delitos com participação direta de tropas americanas. Na sequência destas ações, somente durante a segunda metade do século XX, morreram mais pessoas do que a população atual da Bélgica.
Segundo a opinião do senador, todos estes crimes devem ser incluídos numa só ata de acusação e dar-lhes uma avaliação com participação ampla da comunidade internacional. Porque os nomes dos que assinaram ordens delituosas são conhecidos e estão escritos em documentos. Muitos deles ainda estão vivos, tal como ainda vivem hoje algumas testemunhas e vítimas.
“Eu chamo isso de Tribunal de Consciência. E julgo que os parlamentares, representantes de vários países, podem criá-lo. Irei levantar esta questão durante a assembleia parlamentar da ASEAN em Kuala Lumpur, durante o encontro com colegas na Assembleia Parlamentar da OSCE porque em ambas as organizações há países-vítimas do militarismo americano…”, disse Klimov acrescentando que precisa de apoio do lado vietnamita.
Klimov disse que irá tentar elaborar um plano com ações concretas:
“O tribunal deve ser preparado de maneira séria, argumentada, para mostrar de forma determinada com quem a Humanidade está lidando quando se fala dos EUA”.