Se a inteligência tivesse as provas de que milícias independentistas abateram o MH17, eles já as divulgaram, considera ex-especialista da Agência Central de Inteligência (CIA).
Sputnik
Passou já um ano desde que Barack Obama e John Kerry anunciaram que as milícias das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk eram os responsáveis pelo acidente do avião malaio. A inteligência se baseia em dados das redes sociais.
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“Investimos 90 biliões de dólares por ano para a inteligência norte-americana, mas quando há um caso real, temos que acreditar nas redes sociais? Estas provas são extremamente vagas,” disse Ray McGovern, que trabalhou na CIA 27 anos, na entrevista para The Brad Blog.
Além disso, o especialista sublinhou que após alguns dias da tragédia a administração do presidente publicou uma “Estimativa Governamental”, ou seja, um documento político, e não uma Estimativa da Inteligência, documento que é habitualmente composto em tais casos.
Segundo Ray McGovern, os seus ex-colegas não querem repetir o erro dos seus antecessores que firmaram avaliação falsificada de que no Iraque havia arma de destruição em massa.
O Boeing 777 do voo MH17, que fazia a rota de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado em 17 de julho de 2014 enquanto sobrevoava a região de Donetsk, no leste da Ucrânia, matando todas as 298 pessoas a bordo.
O governo ucraniano e as forças independentistas de Donetsk acusam-se mutuamente de responsabilidade pelo abate da aeronave.
Um relatório final sobre o acidente deverá ser publicado em outubro pelo Dutch Safety Board (conselho investigador de segurança holandês). De acordo com o relatório preliminar publicado pelo lado holandês em setembro de 2014, "o avião se despedaçou no ar provavelmente como resultado de danos estruturais causados por uma grande quantidade de objetos em alta velocidade que penetraram na aeronave pelo lado de fora".
Em junho deste ano a fabricante de armas russa Almaz-Antei publicou os resultados de sua investigação sobre o caso, sugerindo que o voo MH17 foi derrubado por um míssil teleguiado lançado por um sistema Buk-M1. Este míssil, em particular, não é produzido na Rússia desde 1999, mas permanece em serviço no Exército ucraniano, de acordo com o fabricante.