Kiev, sob pretexto de exercícios militares perto de Mariupol está concentrando ativamente armas e efetivos perto da linha de contato em Donbass, disse nesta quinta-feira (27) um representante da Milícia Popular da autoproclamada República Popular de Lugansk (RPL).
Sputnik
“Em conformidade com os dados de reconhecimento, Kiev sob pretexto de realização de treinamentos conjuntos do regimento Azov e fuzileiros navais perto de Mariupol está concentrando as armas e material bélico proibido pelos Acordos de Minsk perto da linha de contato”, divulgou à RIA Novosti uma fonte na Milícia Popular.
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Segundo as palavras do interlocutor da agência, nos treinamentos dos militares foram organizados três linhas de tiro cuja direção coincidiu com a direção para os povoados Novolaspa e Starognatovka da autoproclamada República Popular de Donetsk.
“Foram recentemente registrados bombardeamentos com uso de morteiros de calibro de 120 milímetros, obuseiros de 122 milímetros e Rapiras [Artilharia antitanque – 100 milímetros] contra estes povoados”, disse a fonte na Milícia Popular de Lugansk.
O interlocutor disse que segundo o objetivo de treinamentos, o inimigo convencional ocupou a cota e estava se preparando para uma ofensiva contra posições dos militares ucranianos.
“O objetivo é simples – destruir o inimigo convencional e neste caso foi a população civil dos mencionado povoados da República Popular de Donetsk”, disse a fonte.
Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado que teve lugar em fevereiro de 2014 em Kiev.
Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada das armas pesadas da linha de contato entre os dois lados, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave.
Apesar da trégua, confrontos locais, inclusive com uso de armas pesadas proibidas pelos acordos, continuam. Um Grupo de Contato trilateral (Rússia, Ucrânia e OSCE) está encarregado de buscar uma solução para a crise.