O Afeganistão, pátria do movimento extremista islâmico Taliban, sofre com instabilidade após uma guerra civil prolongada, agravada pela presença militar dos EUA. Em julho, já surgiu o movimento Khorasan. Mas agora, a Internet local fala de um grupo autodenominado “comandos do Islã”.
Sputnik
No que toca ao movimento Horasan, o presidente afegão Ashraf Ghani já se exprimiu sobre o assunto em julho. Em uma entrevista à Sputnik, ele contou de um grupo separado de militantes do Estado Islâmico (organização terrorista ativa na Síria e no Iraque, proibida na Rússia e em outros vários países) que se chamava de “khorasanitas”. O termo é uma referência a um grupo armado que no século VIII derrubou vários califados situados no território atualmente ocupado pelo Afeganistão.
Força de segurança afegã © AP Photo/ Rahmat Gul |
Um hadith reza: “Quando virdes estandartes pretos vindo do lado do Khorasan, ide a eles, mesmo se tiverdes que rastejar pelo chão, porque estará entre eles o Imame Mahdi [o Messias]”. O fato de o hadith citar “estandartes pretos” é relevante, considerando que a bandeira do Estado Islâmico é preta também.
Para vários analistas, o movimento Khorasan é ainda mais perigoso para os EUA e a Europa porque planeja atentados naqueles territórios.
No entanto, pouco se sabe dos “comandos do Islã”. Segundo o alto conselheiro do Ministério do Interior do Afeganistão, coronel-general Abdoul Hadi Khalid, este nome é irônico, já que “eles não têm nenhuma chance de se contrapor nem ao exército, nem à polícia em um combate mais ou menos prolongado”.
“O nosso exército e a nossa polícia são muito mais fortes do que eles. Eles chegam de diversos lugares, “voam” cá em motos e atacam um poste”, comenta o militar, frisando que os ataques não são muito perigosos.
O coronel-general Khalid destacou que o governo afegão está preparando programas regionais para fortalecer o combate ao terrorismo em várias províncias do país – “especialmente nas províncias do Norte e Nordeste, e também no Sul e Sudoeste do país, isto é, todos os países que têm sofrido com ataques dos militantes. O governo pretende usar os programas elaborados para reforçar lá a segurança, normalizar a vida e obter de novo a confiança do povo”.