Diante das ameaças representadas por militantes do Al-Shabaab, o secretário-geral assistente para as operações de paz da ONU, Edmond Mulet, considera uma missão de paz das Nações Unidas na Somália um passo arriscado.
Agência ONU
Apesar dos avanços feitos pela Missão da União Africana na Somália (AMISOM), uma missão de paz das Nações Unidas no país seria uma “iniciativa de alto risco” considerando as ameaças representadas por militantes do Al-Shabaab, alertou o secretário-geral assistente para Operações de Paz da ONU ao Conselho de Segurança nesta quinta-feira (16).
“O progresso não seria possível sem o sacrifício continuo das tropas da AMISOM e do Exército Nacional Somali. Seu heroísmo merece nossa homenagem coletiva”, disse Edmond Mulet. “Entretanto, diante dos avanços, o Al-Shabaab continua se adaptando, com ataques assimétricos e bloqueio ao acesso de algumas das áreas recém-recuperadas”, alertou.
O representante sublinhou a necessidade neste momento de ampliar a autoridade do Estado em todo o território somali e solicitou o apoio internacional neste sentido. Uma estratégia foi designada para criar um ambiente favorável para o processo político em Mogadíscio, capital da Somália, e outras regiões durante os próximos 18 meses, e seria guiada por três objetivos interligados: permitir o processo político em todos os níveis; reiniciar operações ofensivas contra o Al-Shabaab assim que possível; e permitir esforços de consolidação.
Reconhecendo que a eficiência e eficácia da AMISOM devem melhorar, Mulet mencionou que as tropas serão mantidas até o final de 2016, conforme recomendação do secretário-geral da ONU. E citou que a União Africana e o Conselho de Segurança autorizaram a reconfiguração da missão para alcançar um melhor desempenho.
No entanto, frisou, “a estratégia proposta de segurança somente irá funcionar se as instituições de segurança somalis forem apoiadas para, progressivamente, assumirem maior responsabilidade pela sua própria segurança.”