A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) intercepta quase todas as comunicações no continente sul-americano, segundo afirmou o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, nesta terça-feira (7).
Sputnik
O portal WikiLeaks divulgou na semana passada uma lista classificada pela Agência Nacional de Segurança (NSA) como ultrassecreta, que continha, além do telefone da presidente Dilma Rousseff, os números de 29 integrantes do Governo, incluindo ministros, diplomatas e assessores, todos monitorados pela inteligência norte-americana no início do primeiro mandato da presidenta.
Obama no Centro Nacional de Cibersegurança e Integração em Comunicações © AP Photo/ Evan Vucci |
As novas denúncias do WikiLeaks ocorreram logo após o retorno de Dilma da visita oficial aos EUA, viagem que tinha sido cancelada em 2013, depois da exposição das primeiras notícias, reveladas pelo site, de que o Governo brasileiro tinha sido alvo de espionagem do Governo norte-americano.
“Noventa e oito por cento das comunicações latino-americanas são interceptadas pela NSA enquanto passam através dos Estados Unidos para o mundo", disse Assange nesta terça-feira, em entrevista à publicação El Mostrador, do Chile.
Assange também sublinhou o papel dos gigantes da Internet Google e Facebook na colaboração com os programas de coleta de dados da NSA.
"Elas [essas empresas] estão fisicamente nos Estados Unidos e, portanto, sob a sua jurisdição legal, com leis punitivas usadas para forçá-las a entregar as informações que elas estão coletando", disse o ativista.
Em escala global, o cérebro por trás do WikiLeaks lamentou que nenhuma das duas companhias são "financeiramente motivadas a parar de coletar a informação do mundo".