A Marinha chinesa começou exercícios militares de 10 dias nas águas do Mar da China Meridional em meio de aumento das tensões na região, informou a mídia local na quarta-feira.
Sputnik
Durante os exercícios perto da ilha de Hainan, "nenhum navio está autorizado a entrar nas zonas marítimas designadas", segundo informou a Administração de Segurança Marítima da China citado pelo jornal China Daily.
Fragata chinesa Yulin realiza disparos de treinamento © AP Photo/ Bao Xuelin |
A disputa do Mar da China Meridional inclui as ilhas Spratly, um grupo de mais de 750 ilhas e recifes, onde a China está construindo ilhas artificiais ao longo dos últimos meses, algumas com instalações de defesa. Obras anteriores realizadas por Pequim no arquipélago já provocaram preocupação de outros países vizinhos com os quais a China disputa a soberania desses territórios. O arquipélago, que possui reservas de petróleo e gás potencialmente significativas, é objeto de uma disputa territorial entre vários países da região.
Segundo os planos da Administração Estatal Oceânica divulgados hoje, a China construirá um centro de pesquisa marítima nas ilhas Spratly (Nansha, como são chamadas na China), instalações de telecomunicações e navegação, uma base logística e de passagem para embarcações e uma base de apoio para trabalhos de resgate e de cumprimento da lei.
Os EUA estão muito preocupados com a escala e rapidez dos trabalhos da China nas ilhas Spratly. No sábado, o novo comandante da Flotilha do Pacífico, almirante Scott Swift, embarcou pessoalmente em um voo de 7h de monitoramento sobre o Mar da China Meridional. As operações americanas de monitoramento no Mar da China Meridional incomodou o governo chinês. A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores solicitou publicamente que os Estados Unidos "continuassem racionais" e cessassem "atos mal planejados."
O objetivo da China é monitorar o estado do mar nessa região e criar uma rede de alarma que forneça "de forma precisa" informação a países vizinhos e embarcações que navegam por este mar, diz o órgão. Os planos também incluem um centro de emergência para situações como vazamentos de petróleo.
Por meio disso a China vai reforçar a sua presença no Mar da China Meridional. Nós estamos falando sobre a crescente influência da China na região, ao que parece, vai ser acompanhado pelo reforço da presença militar naval.
Dentro desta área encontram-se as vias de comércio e de transporte do Japão para o Oriente Médio. Em Tóquio, temem que, em caso de agravamento das relações com Pequim, a Marinha da China vai simplesmente cortá-los. Outro motivo porque o Japão critica as ações da China são as ilhas Senkaku. A China quer ficar com as ilhas Senkaku que, de acordo com a posição de Pequim, estão ocupados ilegalmente pelo Japão. O Japão está interessado no fato de que os Estados Unidos intensificaram sua presença na região que vai distrair a atenção da China das ilhas Senkaku. E os norte-americanos levam seu próprio jogo: eles querem fazer o Japão patrulhar o Mar da China Meridional e assim empurrá-lo para um conflito com a China.
A resposta da China continua a ser firme. O Ministério da Defesa da China afirmou, que "a determinação e a vontade das forças armadas chinesas para proteger a soberania territorial do estado e os direitos marítimos é firme e inabalável". Ministério das Relações Exteriores da China disse que Tóquio inventou a assim chamada "ameaça chinesa" e cria uma tensão sem prestar fatos por causa do desenvolvimento regular do exército e da marinha da China. O lado chinês manifesta a este respeito forte insatisfação e oposição resoluta.