O Editor de Opinião da Revista Forças de Defesa e da “Trilogia” Forças de Defesa, jornalista Roberto Lopes, concedeu entrevista, nesta terça-feira (02.06), à sucursal carioca da Rádio Sputnik News (ex-Voz da Rússia), sobre o anúncio feito em Moscou pela indústria de armamentos Almaz-Antey, de que o míssil Buk causador da queda do Boeing 777 da Malaysian Airlines, em julho de 2014, era de um modelo usado pelo Exército ucraniano, e não pelo Exército russo.
Buk-M1 |
O jato abatido fazia o voo MH-17, da rota Amsterdam-Kuala Lumpur, e explodiu no ar matando os seus 298 ocupantes – a maior parte deles de nacionalidade holandesa.
“A Almaz-Antey divulgou que as características dos danos produzidos ao jato de passageiros correspondem às da explosão de um míssil Buk9M38-1, do Exército ucraniano, mas esse é um argumento muito técnico que nós, no Ocidente, não estamos em condições de aceitar ou rejeitar”, reagiu o jornalista. “Além do mais, trata-se da argumentação de uma empresa que exporta, anualmente, mais de 8,5 bilhões de dólares, e que, por ser suspeita de fabricar a munição do sistema Buk, também está sofrendo as sanções comerciais e financeiras do Ocidente. É um direito dela se defender”.
De acordo com as declarações do engenheiro-sênior da Almaz-Antey, Mikhail Malyshev, uma investigação particular da companhia estabeleceu “o tipo de sistema [responsável pela derrubada do voo MH-17]. Foi o sistema Buk-M1, um míssil 9M38-M1 e uma ogiva 9M314”. Segundo Malyshev, os mísseis do sistema Buk usados no exército russo são os Buk9M37.
Na entrevista desta manhã na capital russa, a direção da Almaz-Antey enfatizou que o míssil 9M38-M1 já não era mais produzido na Rússia três anos antes da data da criação da companhia, em 2002.
Paradeiro
Falando à Sputnik News, Lopes assinalou que tão importante quanto a identificação do míssil, ou o estabelecimento de sua procedência, é o esclarecimento das circunstâncias em que ele foi disparado. E que isso só o governo Putin pode ajudar a esclarecer.
“A investigação conduzida pelo Escritório do Procurador-Geral da Holanda já determinou que o míssil era um Buk, que ele foi disparado da região de Donetsk e que, por sua complexidade, esse sistema só poderia ter sido operado por militares russos ou por especialistas orientados pelos russos”, lembrou o editor da Revista Forças de Defesa. “O governo Putin daria uma contribuição decisiva ao esclarecimento da tragédia, se pudesse informar o paradeiro do líder dos separatistas ucranianos pró-Rússia que atuavam em Donetsk em julho de 2014. Dias depois da queda do Boeing ele foi substituído nas suas funções por outro ativista pró-Moscou e desapareceu. Ele, com certeza, conhece os nomes dos integrantes da guarnição que operava o míssil Buk”.
As suspeitas do Ocidente acerca da conivência de militares russos com a defesa antiaérea dos separatistas ucranianos já levou o governo François Hollande, a suspender a entrega de dois porta-helicópteros da classe Mistral (“Vladivostok” e “Sebastopol”) à Marinha da Rússia.
“A investigação conduzida pelo Escritório do Procurador-Geral da Holanda já determinou que o míssil era um Buk, que ele foi disparado da região de Donetsk e que, por sua complexidade, esse sistema só poderia ter sido operado por militares russos ou por especialistas orientados pelos russos”, lembrou o editor da Revista Forças de Defesa. “O governo Putin daria uma contribuição decisiva ao esclarecimento da tragédia, se pudesse informar o paradeiro do líder dos separatistas ucranianos pró-Rússia que atuavam em Donetsk em julho de 2014. Dias depois da queda do Boeing ele foi substituído nas suas funções por outro ativista pró-Moscou e desapareceu. Ele, com certeza, conhece os nomes dos integrantes da guarnição que operava o míssil Buk”.
As suspeitas do Ocidente acerca da conivência de militares russos com a defesa antiaérea dos separatistas ucranianos já levou o governo François Hollande, a suspender a entrega de dois porta-helicópteros da classe Mistral (“Vladivostok” e “Sebastopol”) à Marinha da Rússia.