O início da construção da fábrica em São Bernardo para a montagem de aeroestruturas (partes da fuselagem) dos caças Gripen NG que vão equipar a FAB (Força Aérea Brasileira) foi adiado para 2018, e a entrega das primeiras aeronaves, para 2019. Até lá, enquanto o investimento de US$ 150 milhões previsto pela companhia sueca para essas instalações não ocorre, o grupo Inbrafiltro, parceiro no empreendimento, iniciará a produção de partes de material composto (mistura de dois ou mais materiais, podendo ser plástico e fibra de carbono), como asas e a tampa do trem de pouso da aeronave, por exemplo, em seu complexo fabril em Mauá.
Segundo o presidente do grupo Inbrafiltro, Jairo Cândido, a negociação para a SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), joint-venture entre as duas empresas que vai produzir as fuselagens do avião, está caminhando, mas, provisoriamente, a unidade Inbra Aerospace, em Mauá, vai sediar a confecção das peças, após ampliação, prevista para o ano que vem. O executivo cita que essa divisão do grupo, hoje com 130 funcionários e faturamento anual de US$ 6 milhões, dobrará de tamanho em dois anos.
Cândido acrescenta que, ao mesmo tempo, os próximos dois anos serão gastos com capacitação, no Brasil e na Suécia, para que os profissionais que vão atuar em São Bernardo adquiram know-how para a produção da fuselagem, que exige altíssima precisão.
Em relação ao local para receber as futuras instalações da SBTA, inicialmente previsto para ficar em terreno de 40 mil m² em frente à Rodovia dos Imigrantes, próximo à entrada do Rodoanel, ele disse que não houve mudanças nos planos – na terça-feira, a direção da Saab informou que não havia definição de onde seria a fábrica. “Mas o prazo de maturação é grande, porque a curva de aprendizado é difícil”, ponderou.