Pelo menos 115 funcionários militares no Iraque e no Afeganistão já foram condenados desde 2005 por roubos, suborno e fraudes em licitações que já somam mais de US$ 52 milhões em prejuízo.
Sputnik
Soldados condenados tinham pequeno ou nenhum histórico criminoso e estão atualmente cumprindo penas que vão de três meses a 17 anos.
© AFP 2015/ ALI AL-SAADI |
Um dos principais golpes descobertos envolvia soldados americanos que vendiam combustível militar para cidadãos do Afeganistão e embolsavam o dinheiro das vendas. Os roubos de combustível são responsáveis por pelo menos US$ 15 milhões desde o começo da guerra no país, relata o Centro de Integridade Pública.
Contratos para transporte de combustível tinham prazo de sete dias para que um caminhão fizesse a entrega em seu destino, mesmo que esses locais estivessem a apenas algumas horas de distância. A fiscalização pouco rígida permitia que um caminhão pertencente a um comboio de três veículos fosse "roubado" e perdesse aproximadamente 11 mil galões de combustível — ou 800 mil galões em um ano.
Uma das mulheres atualmente cumprindo pena por roubo de combustível declarou que fazia pedidos de caminhões adicionais e apresentava relatórios falsos de que as entregas haviam sido feitas, mas as cargas eram redirecionadas para pontos de encontro onde soldados vendiam a gasolina. Cúmplices revelaram que lucravam pelo menos US$ 5 mil com cada carga de combustível.
Em outro esquema, americanos ajudavam soldados iraquianos a roubar equipamentos de bases militares dos EUA e manipulavam para que certas licitações fossem vencidas por firmas locais — em troca de suborno.
Os crimes são culpa de administração ruim por parte dos militares, má fiscalização, cultura de corrupção na região e grande dependência de transações feitas em espécie, difíceis de controlar.
O Inspetor Geral dos Estados Unidos afirmou que esses casos são apenas a ponta do iceberg e que mais fraudes foram cometidas do que julgadas. Ainda há 327 investigações em andamento sobre crimes cometidos por funcionários militares — até fevereiro — e oficiais acreditam que o total das perdas causadas por esses crimes ultrapasse a marca de US$ 1 bilhão.