Dois helicópteros H-36 Caracal do Esquadrão Falcão estão no Campo de Provas Brigadeiro Velloso, na Serra do Cachimbo – sul do Pará –, desde o último dia 4, para um treinamento de busca e salvamento em área de combate tipo CSAR (Combat Search and Rescue) previsto para durar duas semanas.
Esse tipo de simulação é altamente considerado por muitas instituições militares ao redor do planeta. Neste domingo (10.05), tripulações das forças aéreas dos Estados Unidos, da Austrália e da Colômbia deram início, na Base Aérea de Little Rock, estado americano de Arkansas, ao Exercício Internacional de Treinamento em Operações Especiais Green Flag, que irá se estender até o dia 21 deste mês, priorizando voos de evacuação médica (MedEvac) em cenários de batalha, missões de infiltração e exfiltração, e também de transporte de pessoal e de carga sob condições adversas.
Em Cachimbo estão sendo realizados disparos reais das metralhadoras laterais das aeronaves à noite. As tripulações realizam seu adestramento com o emprego dos óculos de visão noturna (NVG, do inglês Night Vision Goggles).
A cada dia, equipes compostas por pilotos, mecânicos, artilheiros e homens de resgate participam de um cenário de guerra simulada e têm que realizar todo o planejamento para o resgate de combatentes atrás das linhas inimigas (evasores).
“Sapão” – São executados ainda treinamentos de navegação à baixa altura, navegação entre obstáculos, emprego real de metralhadoras, voo em formação com dois helicópteros e o adestramento dos homens de resgate em abordagens de vítimas e no manuseio do armamento. Como acontece nos céus do estado americano do Arkansas, também no sul do Pará estão sendo praticadas missões de infiltração e exfiltração de combatentes.
Ouvido pelo serviço de comunicação social do Comando da Aeronáutica, o comandante do Esquadrão, tenente-coronel Marcelo Filgueira de Sena, ressaltou a importância das simulações na área de Cachimbo: “uma das mais complexas é o resgate em combate, pois requer muito preparo, planejamento e possui uma grande diversidade de tarefas. Devemos estar adestrados e capacitados ao máximo para que, em um conflito real, possamos cumprir as missões da forma como treinamos, e voltarmos em segurança”, explicou.
Sediado em Belém (PA), o Esquadrão Falcão levou todo o material necessário à uma operação desse tipo a bordo dos próprios helicópteros H-36: um fez o translado de 14 pessoas e 2.000 kg de carga, enquanto o segundo levou nove pessoas e 2.100 kg de carga. “Seriam necessários aproximadamente três H-1H [aeronave Iroquois americana, conhecida como ‘Sapão’, substituída pelo Caracal em meados de 2014] para transportarmos a carga de um H-36”, observa o Sargento Rodolfo Paulo Silva de Sousa.