Na terceira semana de abril, em uma visita cercada de discrição, o almirante Sun Jianguo, subchefe do Estado-Maior Geral do Exército de Libertação Popular da China (leia-se Forças Armadas chinesas), esteve em Buenos Aires para cumprir uma agenda de trabalho com autoridades do Ministério da Defesa argentino.
Acompanhado do subcomandante da 2ª Força de Artilharia do Exército chinês, Wu Guohua, e do subcomandante da Zona Militar de Lanzhou, Zhang Jiansheng, Jianguo foi recebido pelo subchefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas argentinas, brigadeiro Arturo Infante, e pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Produção para a Defesa, Santiago López – um civil que está envolvido em todos os mais recentes lances da aproximação militar entre os governos de Buenos Aires e de Pequim.
De acordo com uma nota da Revista Dang Dai – publicação que cobre as relações culturais sino-argentinas –, nessas reuniões a delegação militar chinesa analisou as carências das Forças Armadas Argentinas em veículos, armamentos e outros equipamentos militares.
De acordo com o site noticioso China Military Online, dias antes, o mesmo grupo de militares chineses esteve em Brasília, para participar do 4º Encontro da Comissão Conjunta de Intercâmbio e Cooperação dos Ministérios da Defesa da China e do Brasil.
SUBMARINO – Jianguo, um oficial de 63 anos, graduou-se na Academia de Submarinos da Marinha do Exército de Libertação Popular em 1978. Ele chegou a imediato do submarino e propulsão nuclear chinês Changzheng 3 – um navio Tipo 091, de 5.500 toneladas – e, em 1999, foi promovido a contra-almirante. Sete anos depois ascendeu a vice-almirante, e em junho de 2011 tornou-se almirante de quatro estrelas.
Em sua carreira no Estado-Maior Geral das Forças Armadas chinesas tem mantido contatos com potências militares de portes tão diferentes quanto os Estados Unidos, o Paquistão e a pequena República de Brunei. A essa lista juntaram-se, agora, a Argentina e o Brasil.
Na manhã da segunda-feira, 20 de abril, o almirante Sun Jianguo e sua comitiva foram recebidos pelo vice-presidente da República Argentina – e presidente do Senado local –, Amado Boudou, que lhes ofereceu as boas-vindas em nome da chefe de governo Cristina Kirchner, que se encontrava em viagem à Rússia.