Grupos políticos e sociais de Donbass, no sudeste ucraniano, estão apelando à Alemanha, à França e à Rússia para tentar acabar com o terrorismo político no país. Em três dias, três jornalistas da oposição ao governo de Kiev foram assassinados no país.
Sputnik
Em um pedido conjunto aos líderes internacionais, publicado no site da agência de notícias de Donetsk nesta sexta-feira (17), mais de 40 movimentos sociais e políticos da região de Donbass disseram que "todos os que pedem paz e justiça são sujeitos a perseguição e vitimização" na Ucrânia.
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"Hoje, centenas e milhares de pessoas estão presas em Kiev, Odessa, Kharkov, Zaporizhia e Dnipropetrovsk apenas por se atreverem a defender a independência das regiões, a lutar contra a pobreza, contra o conformismo irrefletido aos ditados dos EUA e contra a glorificação insana dos aliados de Hitler", diz o documento.
Os ativistas afirmam que quem critica o regime de Kiev é eliminado, e destacaram especialmente os assassinatos, ocorridos esta semana, dos jornalistas ucranianos Oles Buzina e Sergei Sukhobok, bem como de um ex-aliado político do ex-presidente deposto Viktor Yanukovych, Oleh Kalashnikov.
Buzina, ex-editor do site de notícias independente Segodnya, foi baleado na cabeça e no corpo por assaltantes não identificados na entrada do prédio onde mora, em Kiev, na quinta-feira (16). Ele era um jornalista com posições contrárias ao atual governo e escreveu sobre a história da Ucrânia e da atual crise política no país, incluindo o conflito no leste.
No mês passado, Buzina renunciou ao seu cargo no Segodnya, citando uma suposta censura feita pelo proprietário do site, que o teria proibido de criticar o Presidente Pyotr Poroshenko e o Primeiro-Ministro Arseny Yatsenyuk.Sukhobok, um dos fundadores dos veículos online Obkom e ProUA, também era conhecido por sua oposição ao atual regime ucraniano e foi morto no dia 13 de abril.
"O terror em massa tem sido, de fato, desencadeado na Ucrânia contra os ucranianos que pensam de forma diferente, os que lutam pelos direitos dos russos, dos judeus, dos húngaros, dos búlgaros, dos tártaros e do povo de Gagauzia [na Moldávia]", conclui o comunicado dirigido aos líderes da Alemanha, da França e da Rússia.