Atualmente, as mulheres que servem na Marinha atuam em unidades médicas, de comunicação e administrativas costeiras
Aleksandr Korolkov, especial para Gazeta Russa
Em entrevista à agência de notícias Interfax, uma fonte do Ministério da Defesa russo anunciou que as mulheres poderão servir em navios de superfície da Marinha a partir de 2018. No entanto, a Marinha negou a informação, gerando novas discussões sobre o papel das mulheres nas Forças Armadas.
Foto: Serguêi Piatakov/RIA Nóvosti |
O Comando Naval da Marinha negou qualquer acusação de discriminação ao negar a informação divulgada por uma fonte do Ministério da Defesa. À luz de escândalos sexuais na Marinha de países como EUA, Austrália e Alemanha, o comando sugeriu que o espaço confinado dos navios e submarinos “torna impossível a convivência confortável para pessoas de sexos distintos”.
Atualmente, as mulheres que servem na Marinha atuam em unidades médicas, de comunicação e administrativas costeiras. Já no Exército, a situação é bem diferente.
Em meados de março, a vice-ministra da Defesa, Tatiana Chevtsova, informou que 220 mulheres foram recrutadas para as universidades militares este ano, e o corpo feminino de cadetes soma mais de mil mulheres.
“Daqui 10 anos, as garotas que agora estão recebendo educação militar básica entrarão no efetivo do Exército e irão ocupar postos importantes de grande responsabilidade durante a carreira”, disse a vice-ministra. “Nossa tarefa atual é preparar uma reserva feminina digna de nossas Forças Armadas.”
Hoje há mais de 35 mil mulheres nas Forças Armadas da Rússia, das quais 2.600 são oficiais e 72 ocupam postos de comando.
Mais responsáveis e resistentes
Segundo estudos conduzidos durante o período soviético, as características corporais femininas são, em geral, mais frágeis que as dos homens. No entanto, as mulheres apresentam aspectos psicológicos mais vantajosos em relação aos representantes do sexo masculino: são mais resistentes ao estresse físico e emocional, além de apresentar um comportamento mais cauteloso.
Ao contrário de outros Exércitos do mundo, na Rússia nunca houve uma divisão de postos de combate operacionais e não operacionais. Se a mulher carrega uma arma, deve se submeter às ordens do comando, que pode ordenar um ataque com sua participação junto a outros soldados. Nos últimos anos, 710 mulheres russas participaram de combates.
Até mesmo nas tropas de elites as russas já provaram o seu valor. Quase 400 mulheres servem como paraquedistas na 76º Divisão Paraquedista de Pskov. As que foram aceitas na Escola de Paraquedistas de Riazan irão em breve se tornar oficiais responsáveis pela logística, tratando desde a dobragem dos paraquedas até o lançamento de veículos blindados.