Filme relembra a maior tragédia da pesca no litoral do estado.
Moradores participam do relato do acidente que aconteceu em 1943.
Rebeca Nascimento
Do G1 Região dos Lagos
Um cineasta alemão que se apaixona por uma pesquisadora local ao chegar a Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, onde quer desvendar e documentar o mistério de um barco pesqueiro afundado em 1943, por submarinos, na Segunda Guerra. A ficção se mistura com a realidade no documentário "O Destino de Changri-lá", do cineasta niteroiense Flávio Cândido.
O documentário ficcional, ou doc-fic, como é chamado pelo cineasta, conta, em meio ao romance, depoimentos reais da história que matou dez pescadores da Região dos Lagos. A produção, que reúne formatos distintos de roteiro, é o toque inovador de Flávio Cândido. Uma ousadia formal, segundo ele. Entre atores e figurantes, diversos moradores da cidade, pescadores, pesquisadores e descendentes das vítimas do acidente, contribuem para o resgate da história.
A história de Changri-lá
Um cineasta alemão que se apaixona por uma pesquisadora local ao chegar a Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio, onde quer desvendar e documentar o mistério de um barco pesqueiro afundado em 1943, por submarinos, na Segunda Guerra. A ficção se mistura com a realidade no documentário "O Destino de Changri-lá", do cineasta niteroiense Flávio Cândido.
O documentário ficcional, ou doc-fic, como é chamado pelo cineasta, conta, em meio ao romance, depoimentos reais da história que matou dez pescadores da Região dos Lagos. A produção, que reúne formatos distintos de roteiro, é o toque inovador de Flávio Cândido. Uma ousadia formal, segundo ele. Entre atores e figurantes, diversos moradores da cidade, pescadores, pesquisadores e descendentes das vítimas do acidente, contribuem para o resgate da história.
A história de Changri-lá
A curiosidade e inspiração surgiram para Flávio em 2001, quando após 58 anos, o Tribunal Marítimo Brasileiro reabriu o caso e oficializou o naufrágio da embarcação como resultado do ataque do submarino alemão U-199, durante a Segunda Guerra Mundial. Changri-lá é, até hoje, a maior tragédia da pesca no litoral do estado.
Apenas em 2001 o naufrágio do barco pelo submarino alemão foi confirmado (Foto: Divulgação)
Desde aquela época, o cineasta e produtor cultural trabalha no projeto, buscando por pessoas, informações e, principalmente, apoio financeiro. "Venho buscando apoio para gravar de forma decente. Já perdi personagens pela demora de poder gravar", conta ele, que viu o falecimento de pessoas que poderiam contribuir para o projeto.
Quem conta a história
Em meio a mais de 60 figurantes locais e uma paisagem deslumbrante, o carinho de Flávio Cândido pela cidade cresceu. "Eu já tinha uma relação antiga com Arraial, mas apenas com o caso (do naufrágio). Depois de um tempo passei a me envolver também com a cultura local. O meio ambiente do local misturado com a cultura: isso faz parte da história de Changri-lá".
Para chegar aos personagens que iriam ajudá-lo a contar sua história, Flávio recebeu o apoio da prefeitura da cidade e de instituições locais, como o Ponto de Cultura Artesão, que contribuiu com indicações de elenco de apoio, além da produção de cenografia e figurino. Coordenadora do Ponto de Cultura, Rose Cintra, comentou o envolvimento da população local no projeto. "Foi uma história muito marcante para a cidade, que na época tinha pouquíssimos habitantes. Hoje a população está bem favorável pelo êxito do filme porque muita gente tem parentesco com aqueles pescadores", explica.
Em meio às indicações recebidas para a participação no filme, surgiu o nome do pintor Paulo Franco. Ele teve a oportunidade de retratar o Changri-lá no telefilme, interagindo com os descendentes das vítimas. "Conheci os descendentes das vítimas do Changri-lá. Eles me passaram os detalhes do barco. Foram três ou quatro quadros e a finalização foi gravada no momento em que o nome do barco é assinado", ele conta.
De acordo com Cândido, o telefilme deve ser lançado em abril, mas até o momento ele ainda não tem contrato de exibição. Atualmente o processo é de edição mas o cineasta ainda deve voltar à Arraial para últimas imagens. Ele explica a demora para a conclusão do filme. "Eu poderia ter feito rápido, mas queria que a história fosse contada e sentida".
Esta reportagem faz parte de uma série de cinco publicações que serão disponibilizadas pelo G1 todos os finais de semana, até o final de fevereiro.