Autoridades desconfiam de envolvimento de dupla ainda com a al-Qaeda no Magreb Islâmico; nove são presos
O Globo
com agências internacionais
TÚNIS - O Estado Islâmico assumiu em uma mensagem de áudio a autoria do ataque na Tunísia que matou 23 pessoas e feriu outras 48. O primeiro-ministro tunisiano, Habib Essid, afirmou nesta quinta-feira que um dos terroristas que atacaram o Museu do Bardo, nas imediações do Parlamento do país, era conhecido das autoridades de inteligência. Nove pessoas foram detidas por envolvimento com o ataque, segundo a porta-voz da presidência.
Vítima é levada para emergênciaFoto: Hassene Dridi / AP |
"Saudamos a sagrada invasão ao refúgio de infiéis e vício na muçulmana Tunísia", diz um representante do grupo, afirmando que havia apenas dois agressores e que eles atiraram até acabarem todas as balas. Na mensagem — ainda sem comprovação de autenticidade —, o grupo promete novos ataques à Tunísia.
Tratado como um "cavaleiro do Estado Islâmico" em mensagem divulgada nesta quinta-feira, Yassine Labidi era vigiado pelas autoridades por conta de atividades suspeitas. Já Saber Khachnaoui, que o premier não afirmou se era conhecido dos serviços de segurança, é de Kasserine, uma cidade no centro do país conhecida pelos constantes conflitos entre Exército e jihadistas.
Essid falou à rádio RTL que não se sabia qual o vínculo de Labidi e Khachnaoui com grupos radicais islâmicos. No entanto, recentemente jihadistas do EI juraram vingança por um ataque aéreo que matou um comandante tunisiano do braço líbio do grupo. O ataque chegou a ser previsto por simpatizantes.
Outros grupos que atuam na região são o Jund al-Khilafah e o Ansar al-Shariah, responsáveis por incidentes isolados. Outra organização que atua na região, mas que não a al-Qaeda do Magreb Islâmico. Por receio de um crescimento de atividades jihadistas, o Exército começará uma operação nas grandes cidades do país.
O premier afirmou ainda que o ataque não teve conotação diretamente política.
— Foi um ataque covarde à economia da Tunísia — disparou, em referência à recuperação do turismo no país, e que deve sofrer um baque com a morte de 17 estrangeiros. — Temos que nos unir para defender nosso país.
DETIDOS, MORTOS E FERIDOS
A porta-voz Aida Klibi afirmou que dos nove detidos em operação divulgada na quinta-feira, quatro estavam diretamente ligados ao atentado, e cinco teriam conexões com os agressores.
O número de vítimas, que variou muito ao longo do dia, foi confirmado pelo gabinete da presidência em 22 pessoas: 20 turistas e dois tunisianos. Das novas vítimas citadas, há uma mulher britânica e um tunisiano que não resistiu a ferimentos.
As vítimas originalmente listadas são quatro italianos, um francês, dois colombianos, cinco japoneses, um polonês, um australiano e uma espanhola, além de dois cujas nacionalidades não foram confirmadas. As outras duas vítimas tunisianas são um policial e uma funcionária de limpeza, mas foram incluídos mais números à lista.
Na quarta-feira, chegou a ser divulgada a suposta morte de um cidadão brasileiro, mas o Itamaraty e a embaixada negaram. Nesta quinta-feira, a missão do Brasil no país confirmou ao GLOBO que manteve contato com autoridades e visitou hospitais, não constatando vítimas e feridos do país.
Labidi e Khachnaoui foram mortos em confronto com a polícia, enquanto mantinham reféns. Não se sabe a idade dele, mas seriam jovens. Três suspeitos de envolvimento com o ataque ainda estão foragidos.
A maior parte das vítimas viajava em cruzeiros e chegou de ônibus ao museu. Com medo após o atentado, a operadora italiana MSC parou de fazer escalas em Túnis.
Tratado como um "cavaleiro do Estado Islâmico" em mensagem divulgada nesta quinta-feira, Yassine Labidi era vigiado pelas autoridades por conta de atividades suspeitas. Já Saber Khachnaoui, que o premier não afirmou se era conhecido dos serviços de segurança, é de Kasserine, uma cidade no centro do país conhecida pelos constantes conflitos entre Exército e jihadistas.
Essid falou à rádio RTL que não se sabia qual o vínculo de Labidi e Khachnaoui com grupos radicais islâmicos. No entanto, recentemente jihadistas do EI juraram vingança por um ataque aéreo que matou um comandante tunisiano do braço líbio do grupo. O ataque chegou a ser previsto por simpatizantes.
Outros grupos que atuam na região são o Jund al-Khilafah e o Ansar al-Shariah, responsáveis por incidentes isolados. Outra organização que atua na região, mas que não a al-Qaeda do Magreb Islâmico. Por receio de um crescimento de atividades jihadistas, o Exército começará uma operação nas grandes cidades do país.
O premier afirmou ainda que o ataque não teve conotação diretamente política.
— Foi um ataque covarde à economia da Tunísia — disparou, em referência à recuperação do turismo no país, e que deve sofrer um baque com a morte de 17 estrangeiros. — Temos que nos unir para defender nosso país.
DETIDOS, MORTOS E FERIDOS
A porta-voz Aida Klibi afirmou que dos nove detidos em operação divulgada na quinta-feira, quatro estavam diretamente ligados ao atentado, e cinco teriam conexões com os agressores.
O número de vítimas, que variou muito ao longo do dia, foi confirmado pelo gabinete da presidência em 22 pessoas: 20 turistas e dois tunisianos. Das novas vítimas citadas, há uma mulher britânica e um tunisiano que não resistiu a ferimentos.
As vítimas originalmente listadas são quatro italianos, um francês, dois colombianos, cinco japoneses, um polonês, um australiano e uma espanhola, além de dois cujas nacionalidades não foram confirmadas. As outras duas vítimas tunisianas são um policial e uma funcionária de limpeza, mas foram incluídos mais números à lista.
Na quarta-feira, chegou a ser divulgada a suposta morte de um cidadão brasileiro, mas o Itamaraty e a embaixada negaram. Nesta quinta-feira, a missão do Brasil no país confirmou ao GLOBO que manteve contato com autoridades e visitou hospitais, não constatando vítimas e feridos do país.
Labidi e Khachnaoui foram mortos em confronto com a polícia, enquanto mantinham reféns. Não se sabe a idade dele, mas seriam jovens. Três suspeitos de envolvimento com o ataque ainda estão foragidos.
A maior parte das vítimas viajava em cruzeiros e chegou de ônibus ao museu. Com medo após o atentado, a operadora italiana MSC parou de fazer escalas em Túnis.