O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, disse, em vídeo divulgado hoje (9), que o grupo radical islâmico vai vencer a força militar multinacional que está combatendo no nordeste da Nigéria, no Níger e em Camarões.
Sputnik
"A vossa aliança nada conseguirá. Juntem todas as vossas armas e enfrentem-nos. São bem-vindos", disse Shekau em uma mensagem de 28 minutos divulgada com outros dois vídeos no Youtube.
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Tropas do Chade, de Camarões e do Níger estão apoiando há vários dias o Exército da Nigéria no combate ao grupo islâmico nigeriano, cuja insurreição ameaça também os países vizinhos.
Em um dos vídeos publicados hoje são mostradas imagens do líder do grupo radical Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. Não é a primeira vez que Shekau se refere a Al Baghdadi, mas agora ele parece estar colocando o Boko Haram em um contexto mais amplo da jihad (guerra santa).
"Vamos combater o mundo inteiro, aplicando o princípio de que quem desobedece a Alá e ao profeta deve submeter-se, morrer ou tornar-se escravo", diz o líder do Boko Haram.
A insurreição do grupo extremista na Nigéria, iniciada há seis anos, evoluiu para uma crise regional e, no sábado (7), a Nigéria, o Chade, o Níger, Camarões e o Benin concordaram em reunir 8.700 militares, policiais e civis para lutar contra os fundamentalistas. No discurso de 28 minutos, em que fala em árabe e em haussa (a língua mais falada no norte da Nigéria), Shekau zomba da força multinacional, que anteriormente se previa que tivesse 7.500 homens.
"Vão mandar 7 mil soldados? Isso é pouco. Por que não mandam 70 milhões? Vamos capturá-los um a um", disse.
Os Estados Unidos estimam que o Boko Haram tenha entre 4 mil a 6 mil combatentes, embora estejam bem equipados depois de atacar posições do Exército da Nigéria.
No domingo (8) e nesta segunda-feira (9), o grupo radical atacou a cidade de Diffa, no sudeste do Níger, abrindo uma nova frente na ofensiva, após ter lançado ataques em Camarões.