O exército nigeriano declarou nesta quarta-feira (18), ter matado mais de 300 integrantes do Boko Haram, desde o começo da semana, ao retomar a cidade de Monguno, no nordeste do país e outras dez localidades vizinhas. Os ataques do grupo radical islâmico ameaçam as próximas eleições gerais. Ataques se estendem a países vizinhos, como o Chade.
RFI
Inicialmente previstas para o último sábado (14), as eleições gerais – para presidente, senadores e deputados - foram transferidas para o dia 28 de março. Segundo a comissão eleitoral, um novo adiamento será inconstitucional. Em um vídeo difundido pelo Twitter na terça-feira à noite, o chefe do Boko Haram, Abubakar Shekaku, afirmou que iria fazer de tudo para que o processo eleitoral não acontecesse.
Casas queimadas após ataque do Boko Haram em Ngouboua, Chade. RFI
Shekaku também reivindicou o ataque a Gombe (nordeste), no sábado, que, segundo os habitantes, foi invadida durante horas por centenas de radicais que distribuíram panfletos ameaçando quem fosse votar e prometendo ataques aos locais de votação.
Retaliação
Já as forças do exército garantiram ter abatido mais de 300 integrantes do Boko Haram na retomada da cidade de Monguno, no nordeste, e de outras dez localidades vizinhas, desde o começo da semana. Não foi possível verificar de forma independente a declaração dos militares, informa a agência Reuters. As forças da Nigéria já foram acusadas de aumentar as baixas inimigas e diminuir suas próprias e as de civis.
Analistas se mostram céticos sobre as chances de um sucesso militar em poucas semanas diante do Boko Haram, bem implantado localmente e com importante poder de fogo.
Desde 2009, a insurreição do grupo e a repressão por parte das forças nigerianas fizeram mais de 13 mil mortos e provocaram o deslocamento de mais de 1,5 milhões de pessoas. Nos últimos meses, os radicais estenderam os ataques a três países vizinhos da Nigéria: Camarão, Níger e Chade.