A Marinha da Colômbia examina a possibilidade de, até meados do ano, anunciar a aquisição de duas fragatas porta-mísseis tipo FFG Oliver Hazard Perry, de 4.000 toneladas.
A compra será feita no âmbito do chamado Plano Ponte, que, originalmente, previa a incorporação não de duas, e sim de quatro unidades FFG (sigla em inglês para fragatas lançadoras de mísseis guiados).
Restrições orçamentárias forçaram os almirantes colombianos a dividir o planejamento em suas etapas. Assim, o Plano Ponte 1 está sendo adiantado por meio da importação de duas Oliver Hazard Perry – aguardadas na base naval de Cartagena (no máximo) no segundo semestre de 2016.
Segundo informações obtidas pelo Poder Naval, os colombianos examinam três opções: as embarcações “Gary” (FFG-51) – com 34 anos de uso –, “Simpson” (FFG-56) – com 33 anos e 2 meses de mar – e “Kauffman” (FFG-59) – a mais “novinha”, com 31,6 anos de uso. Todas serão retiradas do serviço ativo da Marinha americana até setembro próximo.
As Oliver Hazard Perry são navios com superestrutura de alumínio e propulsão por turbinas a gás – motorização apontada como sujeita a forte desgaste em decorrência do tempo. Apesar disso, no final de 2014, a Marinha mexicana encomendou dois desses navios – o “Curts” e o “McClusky” –, ambos desincorporados mês passado da frota americana, e de construção consideravelmente mais antiga que os barcos sob avaliação dos colombianos.
“Interceptador defensivo” – A idéia do governo de Bogotá é reforçar a sua frota de superfície, porque existe a possibilidade de que os seus escoltas classe “Almirante Padilla” – corvetas de origem alemã (HDW FS 1500) reclassificadas como fragatas no país sul-americano –, que acabaram de sair de um amplo período de modernização, precisem voltar ao estaleiro para receber um reforço de armamento.
Os chefes navais da Colômbia planejam instalar um sistema CIWS – Close-in Weapon System (“Sistema de Armas de Defesa Próxima”) – e um sistema de mísseis de defesa antiaérea de médio alcance em cada uma delas. Atualmente, toda a capacidade antiaérea das Almirante Padilla reside em dois reparos duplos de mísseis Simbad (alcance máximo de 6.000 metros) instalados nas laterais do barco junto ao passadiço.
Apesar de serem classificadas como escolta de emprego geral, as fragatas classe Oliver Hazard Perry possuem um CIWS Phalanx, de 20mm, capaz de fazer 45 disparos por segundo e construir uma barragem de fogo a curta distância, estimada em 3.200 metros. O alcance máximo da arma é considerado segredo militar.
A preocupação dos militares colombianos com a defesa antiaérea de suas fragatas de construção alemã pode estar ligada ao fato de que elas têm sido incumbidas de patrulhar a área do arquipélago colombiano de San Andres y Providencia, no Mar do Caribe, região muito próxima ao novo perímetro marítimo cedido, em 2012, pela Corte de Justiça de Haia à soberania da Nicarágua.
A decisão do tribunal surpreendeu e desgostou Bogotá. E assumiu contornos ainda mais desastrosos depois que, no fim de janeiro, autoridades nicaragüenses confirmaram que estavam adquirindo jatos interceptadores “defensivos” na Rússia.
De acordo com essas fontes, as aeronaves serão usadas para interceptar os aviões que servem ao narcotráfico na região, mas o governo de Bogotá desconfia de que o argumento é mera tentativa de esconder uma escalada armamentista de Manágua apoiada pelo governo do presidente Vladimir Putin (que, em julho passado, visitou a capital nicaragüense).
Outro dado que preocupa Bogotá: a Inteligência Naval colombiana monitora as gestões de militares da Nicarágua no sentido de obter na Rússia ao menos duas corvetas porta-mísseis tipo Nanuchka, de 550 toneladas, e seis lanchas-patrulha de 126 toneladas.