Rebeldes dispararam foguetes contra cidade portuária de Mariupol.
Outras 83 pessoas ficaram feridas, segundo conselho municipal.
Reuters
O número de pessoas mortas por bombardeios neste sábado (24) na cidade portuária de Mariupol, no leste da Ucrânia, foi estimado em ao menos 30, disse a polícia regional. Um líder rebelde disse que separatistas estavam lançando uma ofensiva na localidade, segundo a agência de notícias RIA.
Moradores observam incêndio na cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia, depois de bombardeio promovido por rebeldes (Foto: Stringer/AFP)
Na manhã deste sábado, o chefe de polícia da região de Donetsk tinha estimado em cerca de 10 o número de mortos.
Os separatistas rejeitaram manter negociações de paz e os combates se intensificaram para o maior nível em meses. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na sexta-feira que 262 pessoas morreram nos últimos nove dias.
"Hoje, uma ofensiva foi lançada em Mariupol. Este será o melhor monumento possível a todos os nossos mortos", disse o líder rebelde, Alexander Zakharchenko, segundo a RIA, durante uma cerimônia em Donetsk, controlada pelos rebeldes.
Os separatistas planejam cercar Debaltseve, uma cidade ao nordeste de Donetsk, nos próximos dias, disse ele no mesmo evento, de acordo com a agência de notícias russa Interfax.
O conselho municipal de Mariupol e a polícia regional afirmaram que os rebeldes dispararam foguetes a partir de sistemas de mísseis GRAD de longo alcance matando pelo menos 30 pessoas e ferindo outras 83. A Interfax disse mais cedo que os rebeldes haviam negado o ataque.
Fronteira entre Ucrânia e Rússia
Mariupol, controlada pelo governo, está às margens do Mar de Azov, entre a fronteira da Ucrânia com a Rússia até a península da Crimeia, anexada pelos russos em março do ano passado.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, condenou o incidente como um ataque deliberado de rebeldes contra cidadãos pacíficos, mas disse que a ameaça real vai além territórios separatistas.
"O mundo precisa conter as ameaças do agressor russo à Ucrânia, à Europa e à segurança global. O problema está na cidade-herói de Moscou - Kremlin, Vladimir Putin", disse ele em uma reunião de chefes de segurança e de defesa.
Apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo, Zakharchenko prometeu na sexta-feira que suas forças vão liderar uma nova ofensiva, enquanto a ONU disse que o conflito, que começou no leste da Ucrânia há mais de nove meses, estava agora no seu "período mais mortal" desde que um acordo de paz foi alcançado em setembro.
Na reunião em Kiev, o ministro da Defesa ucraniano, Stepan Poltorak, disse que nas últimas 24 horas houve uma grave escalada nos confrontos nas linhas de frente em toda a zona de conflito.
"A partir da região de Luhansk e terminando em Mariupol, em todos os lugares grupos armados ilegais em conjunto com unidades russas estão indo para a ofensiva", disse ele.
EUA pedem fim de apoio da Rússia a separatistas
O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu neste sábado à Rússia que ponha fim imediatamente a seu apoio aos separatistas pró-Rússia.
Kerry também pediu a Moscou "o fechamento da fronteira com a Ucrânia e a retirada de suas armas, combatentes e apoio financeiro", segundo um comunicado divulgado em Zurique após a sua participação no Fórum Econômico de Davos.
"Do contrário, a pressão internacional e dos Estados Unidos sobre a Rússia e seus intermediários irá aumentar", advertiu o chefe da diplomacia americana.
Washington e União Europeia já impuseram uma série de sanções econômicas a Moscou por seu suposto envolvimento no conflito ucraniano.