Na semana passada, o Ministério da Defesa aprovou o conceito de desenvolvimento de sistemas robóticos e sua utilização para fins militares. Conheça os cinco modelos mais promissores.
Tatiana Russakova | Gazeta Russa
De acordo com a recente resolução, os robôs começarão a ser ativamente usados no Exército já em 2017. Até 2025, a sua participação nas Forças Armadas da Rússia corresponderá a 30% do total de equipamentos militares.
Apesar de novidade, cabe lembrar que algumas versões de robôs militares já estão em ação: uma série de máquinas são operadas com sucesso pelo Exército, e alguns modelos de equipamento inteligente estão passando por testes.
1. Soldado Universal: Platforma-M
O Platforma-M (Plataforma M) é o mais novo sistema robotizado para fins militares, criado para efetuar combates sem entrar em contato direto com o inimigo. Trata-se de uma unidade de combate universal, capaz de atuar também como batedor em missões de patrulhamento e como guarda de instalações importantes. Devido a seu armamento, o Platform-M pode ainda fazer disparos de apoio – o sistema de busca de alvo opera automaticamente. Apesar de pequeno, o Platform-M é um robô temível: ele vem armado com lançadores de granadas e um sistema de metralhadora. Este modelo já provou o seu valor nos exercícios em Kaliningrado no verão passado.
2. Guardador do Yarsov: sistema robótico móvel Volk-2
Por suas tarefas de combate, o Volk-2 (Lobo 2) é mais um “soldado universal” que repete o esquema do Platforma-M – só que mais potente e mais pesado. O elevado grau de transitabilidade do chassi de lagarta do Volk evita que a falta de estradas convencionais afete a sua velocidade. O carro sem tripulação é comandado por sinal de rádio a uma distância de até 5 km e já atravessou sem medo os degelos da primavera na Rússia.
Equipado com rifles Kalashnikov e metralhadoras de calibre grande Utiôs e Kord, o Volk consegue abrir fogo em andamento – até uma velocidade de 35 km/hora – sob qualquer condição climática, e em qualquer hora do dia ou da noite. A precisão do impacto de suas munições é garantida pelo visor térmico, pelo telêmetro a laser e pelo hidroestabilizador. A proteção do robô é garantida por uma blindagem especial.
Ainda está em fase de testes, mas seu futuro lugar no Exército já foi definido: será usado nas forças de mísseis estratégicos como guarda dos sistemas Topol-M e Yars.
3. Desarmador de minas: Uran-6
O Uran-6 (Urânio 6) é um sistema multifuncional antiminas que pode substituir até 20 desarmadores de minas – com a vantagem que o robô realiza o seu trabalho remotamente. O operador controla o Uran a uma distância segura de até um quilômetro. A viatura, equipada com braços de buldôzer, segue ao longo de terrenos perigosos, procurando minas e engenhos explosivos não detonados.
Pelas especificações técnicas, o Uran-6 consegue desarmar um dispositivo explosivo com potência de até 60 kg de TNT. No entanto, ainda nem todo o trabalho é confiado ao robô. Atrás dele seguem elementos da equipe antiminas para verificar até que ponto o Uran-6 é cuidadoso na limpeza do terreno. Na concepção dos criadores, o robô deverá neutralizar 98% do terreno percorrido.
Atualmente, ele está sendo testado na república russa da Tchetchênia, no maciço montanhoso da região de Vedenski. Se for bem-sucedido nessa missão, o robô começará a ser fabricado em série.
4. Robô para operações especiais: Strelok
Em sua essência, o Strelok (Atirador) é uma metralhadora montada sobre um chassi de lagarta. Sua dimensão reduzida e peso leve (apenas meia tonelada) fazem com que o Strelok possa ser usado para invasões a prédio em áreas de grande densidade urbanas. A velocidade de deslocação da viatura é bem lenta e corresponde ao caminhar de uma pessoa (4 km/h). Portanto, em uma situação urbana de combate ou operação antiterrorista, ela é simplesmente insubstituível. O Strelok estreou em uma exposição militar em setembro de 2013, na cidade de Nijni Taguil, mas seu destino ainda é incerto.
5. Robô anfíbio: Gnom
O robô submarino Gnom (Anão) não está equipado com nenhuma arma e visualmente se parece com uma câmera de vídeo de brincadeira. Os movimentos do Gnom são comandados pelo operador por meio de um joystick. Debaixo d’água, o robô submarino é capaz de procurar e neutralizar objetos perigosos, tais como minas.
Também está equipado com um localizador de visão circular, que o permite enxergar a uma distância de até 100 metros. Por isso, pode ser usado não apenas em operações de busca e salvamento, mas também como batedor subaquático. Pesa apenas 11 kg e suas dimensões permitem transportá-lo em uma bagagem de mão. O robô subaquático foi testado no mar Báltico em 2005, e está ao serviço da Marinha russa desde então.