As autoridades suecas anunciaram nesta sexta-feira o cancelamento da operação de busca, de um alvo subaquático detetado na semana passada nas águas do arquipélago de Estocolmo, a sudeste da capital sueca. As autoridades navais garantiram no entanto que, apesar de não terem sido capazes de encontrar a origem das comunicações rádio, estão convencidas de que elas tiveram origem num submarino convencional de um país estrangeiro.
O arquipélago de Estocolmo, é composto por milhares de ilhas e extende-se por um perímetro exterior de 140km, no que é na prática um gigantesco labirinto de ilhas e ilhotas. Além disso a reduzida profundidade, permite que um navio submarino assente no fundo, confundindo-se com a superfície subaquática.
O varrimento de toda a área com sonares especiais, que permitem identificar objetos em três dimensões, é um processo extremamente lento e demoraria anos a pesquisar todo o arquipélago.
Por esta razão, procurar um submarino na região, é quase como procurar uma agulha num palheiro e restam poucas outras possibilidades além da análise de comunicações rádio, mesmo que encriptadas, tentando detetar a origem através de triangulação, ou então a identificação visual.
Durante a guerra fria a Rússia utilizou esta vantagem para enviar missões contra as águas suecas com o objetivo de testar a capacidade de defesa do país, já que os planos russos previam a invasão da Suécia para assim atingir a Noruega e garantir o controlo do mar do norte.
Ocorreram vários incidentes e num deles um submarino russo encalhou em águas suecas, o que permitiu confirmar que, apesar dos contínuos desmentidos por parte dos governantes do Kremlin, a União Soviética estava mesmo a enviar submarinos para águas suecas.
Origem desconhecida
As autoridades suecas não produziram qualquer informação oficial sobre a presença de um submarino russo em águas suecas. As afirmações oficiais afirmaram que a marinha da sueca tinha identificado um padrão que se tinha vindo a repetir desde há muitos anos e que era consistente com registos anteriores e ao mesmo tempo compatível com um submarino convencional.
O comportamento das autoridades da Rússia foi idêntico ao da União Soviética durante a guerra fria, negando qualquer ligação com o contato subaquático e chegando mesmo a acusar a Holanda de ter enviado submarinos para a Suécia aparentemente tentando criar confusão.
Sem que tenha sido dada qualquer explicação, navios russos de busca e salvamento foram enviados de emergência para as águas do Báltico e frequências utilizadas pelos russos em emergências foram utilizadas.