Dando início em 2015 à sua “missão de treinamento” no Afeganistão, as forças da OTAN continuarão exercendo apoio aéreo a seu exército, se isso for solicitado, declarou o representante da Aliança Atlântica em Cabul.
Boris Pavlischev | Voz da Rússia
Um colega dele na OTAN, contudo, reconheceu que a componente aérea da missão está apenas “sendo estudada”. Entretanto, os últimos meses demonstraram que, mesmo nos momentos difíceis, os militares afegãos devem confiar mais neles próprios que na aviação ocidental.
Foto: AP/Massoud Hossaini
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_11_03/For-as-da-OTAN-ajudam-ou-prejudicam-Afeganist-o-4665/
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_11_03/For-as-da-OTAN-ajudam-ou-prejudicam-Afeganist-o-4665/
Representantes ocidentais discursaram perante os jornalistas depois de o exército nacional afegão ter recebido da OTAN duas grandes bases militares na província meridional de Helmand. Antes disso, os contingentes britânico e norte-americano retiraram das bases as suas aeronaves.
Segundo ironiza a imprensa afegã, as “forças de estabilização” saem precisamente quando em Helmand a “estabilização” está mais distante do que antes. Nos últimos meses, os talibãs realizaram nessa província a sua maior ofensiva desde 2001, ocupando várias regiões. A mídia afegã refere, entre outras razões para o sucesso dos extremistas, a ausência de apoio aéreo por parte da OTAN, do qual as forças de segurança afegãs necessitavam claramente. A aviação militar da Aliança estava estacionada nas imediações, nessas mesmas bases.
Se isso foi o que aconteceu em Helmand, com o que pode contar no futuro o exército afegão, depois da saída da maioria das tropas ocidentais? A isso responde o perito do Centro de Estudos do Afeganistão Contemporâneo Nikita Mendkovich:
“Tudo indica que o apoio será facultado de uma forma extremamente limitada. Isso se deve à falta de vontade dos EUA em gastar muitos recursos na manutenção de uma força militar. Suponho que o auxílio a prestar ao lado afegão não será sob a forma de ataques aéreos, mas apenas na área da logística.”
Ou seja, se o exército afegão necessitar de apoio aéreo, ele terá de esperar pelo fim de 2016, que é quando os afegãos passarão a contar com uma aviação militar. Por enquanto eles apenas possuem helicópteros. Contudo, também não devemos esperar para breve uma grande ofensiva talibã, logo após a saída das tropas ocidentais, considera Nikita Mendkovich:
“Penso que isso será pouco provável, tendo em conta que ultimamente o contingente da OTAN tem evitado sistematicamente participar em combates e não houve um reforço dos extremistas em efetivos. Houve falhas por parte das autoridades, mas também houve sucessos. Não há nenhuma linha clara que demonstre uma supremacia dos extremistas sobre as autoridades. Por isso, eu penso que, mesmo que haja mais baixas do que quando existia um apoio da coalizão, o exército e a polícia poderão evitar uma grande crise militar no país.”
Isso é comprovado nessa mesma província de Helmand: ainda no início de outubro, na importante região de Sangin decorriam combates intensos. Agora, devido aos esforços abnegados das forças de segurança afegãs, a situação tem melhorado, mesmo que lentamente. Isso ocorre sem a intervenção das forças ocidentais.
Entretanto, os especialistas do centro de análise alemão Afghan Analysts Network consideram que o desenvolvimento recente dos acontecimentos nessa província foi especialmente negativo também devido a falhas no planejamento dos estrategos ocidentais. Assim, é difícil calcular se as forças da OTAN ajudam ou prejudicam mais o Afeganistão…