Durante a apresentação que detalhou como será o funcionamento desses sistemas, foi destacada a possibilidade de cooperação com os dois países estrangeiros, que demonstraram interesse em se tornarem parceiros das indústrias brasileiras na execução dos projetos.
Na apresentação sobre o Sistema de Gerenciamento da Amazônia (Sisgaaz), o comandante Marcus Vinícius da Silva, da Diretoria de Gestão de Programas Estratégicos da Marinha, explicou que o projeto tem como missão monitorar e integrar todas as regiões do país. O acompanhamento será feito a partir da detecção de sinais eletromagnéticos no oceano, costa e áreas ribeirinhas.
Em concepção desde 2011, o sistema atualmente está em fase de contratação até 2016. As companhias interessadas em participar da concorrência já se candidataram em março deste ano. No ano que vem, serão recebidas as propostas para selecionar o contrato em 2016. Todas as fases beneficiaram a participação de empresas estratégicas de defesa, já que esta foi uma determinação do edital. O comandante destacou, no entanto, que o Sisgaaz está aberto para a cooperação com Índia e África do Sul, e lembrou que a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE) pode auxiliar os países interessados com informações adicionais.
“Existe uma associação de defesa no Brasil que é a ABIMDE. Essa organização tem os contatos para que qualquer empresa do mundo obtenha informações de como ser parceira nos programas brasileiros”, disse.
Os representantes da delegação indiana afirmaram que este tipo de contrato é “um desafio” para eles. A comitiva manifestou interesse em conhecer melhor as responsabilidades e regras do certame.
Sisfron
A exposição sobre o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) ficou a cargo do major José Luis, do Centro de Guerra Eletrônica do Exército. De acordo com ele, o Sisfron surgiu da necessidade de fortalecer a capacidade de ação da Força Terrestre na faixa de fronteira. Ele explicou que, ao todo, são 16,8 mil quilômetros de faixa de fronteira que passarão a contar com monitoramento feito a partir de equipamentos com tecnologia de ponta, que darão apoio às ações das forças policiais no combate a ilícitos. “O objetivo do sistema não é fechar a fronteira, mas limitar o excesso que existe”, falou.
A tecnologia funciona por meio de sensores que captam informações até o mais alto nível de controle. Esses dados chegam até Brasília (DF), no Centro de Operações Terrestres (Coter). “Temos interação com os órgãos governamentais, municipais e federais. O Sisfron não pode funcionar sozinho, até pelo uso dual (militar e civil) que possui”, detalhou o major. José Luiz também destacou em sua fala a possibilidade de participação de empresas estrangeiras no projeto. “Temos, por exemplo, uma empresa da África do Sul que está fornecendo as antenas do projeto”, exemplificou.
O 6° Encontro do Grupo de Trabalho Conjunto de Defesa do IBAS segue até esta quarta-feira (19) na Escola Superior de Guerra (ESG), no Rio de Janeiro.