A ideia lançada pelo EI no sentido de criar um “califado universal” tem agradado aos líderes do movimento Taliban do Paquistão. Para tal, esse último, até se propôs a se aliar a esse grupo extremista do Oriente Médio.
Vladimir Fedorov | Voz da Rússia
Os talibãs que atuam no território do Paquistão e Afeganistão prestaram juramento ao Estado Islâmico no decurso da festa islâmica Eid al-Adha, ou Kurban Bairam. A respectiva declaração foi feita depois de o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, ter promovido o antigo líder do Taliban, Asim Umar, ao “emir” de um novo destacamento que atua hoje na Ásia Meridional.
A sua criação fora anunciada em setembro. Foi então que se conheceu o seu objetivo – eliminar as fronteiras existentes no Indostão e criar um califado que se assente em normas desharia.
Ainda faltam provas de um proovável acordo entre o Taliban e o EI. Mas, ao fim e ao cabo, este seria um sinal meramente formal da sua aliança real, destaca Nikita Mendkovich, perito do Centro de Estudos do Afeganistão:
“A aliança foi esperada, tomando em conta a identidade das posições na guerra contra os EUA e outros países do Ocidente. Nesse plano, eles são aliados por pretenderem instituir Estados islâmicos de largas proporções e, em perspectiva, um califado islâmico. Em perspectiva de longo prazo, poderá haver uma fusão dessas duas organizações. O Taliban tem a experiência de uma guerra prolongada. O EI conta com recursos econômicos e militares que conseguiu obter na sequência das ações militares no Iraque. E, ainda por cima, possui uma arma tão importante como o petróleo”.
Por enquanto, a intenção do Taliban de criar uma aliança militar com o EI parece mais uma mera démarche propagandística com efeitos de uma bomba a explodir nos EUA e no Ocidente, pois que o Taliban se compromete abertamente a enviar seus combatentes para o reforço do EI em luta contra os EUA e seus aliados ocidentais e árabes. Mas tal passo seria um claro sinal para os grupos islamitas radicais clandestinos na Caxemira, Índia, considera o orientalista Vladimir Moskalenko:
“A situação ali se mantém complicada devido aos ânimos islamitas, podendo esta zona vir a ser palco de novos confrontos. Os ideólogos jihadistas procuram expandir sua influência nessa vertente e a situação ali tende a piorar”.
A Caxemira se tornou a primeira região em que as autoridades indianas introduziram as medidas de segurança especiais depois de a Al-Qaeda ter anunciado a criação de um “braço armado” na Ásia Meridional.
Na Índia, os partidários do EI não costumam ostentar para já sua presença. Ao contrário do Paquistão em que, no Peshawar, situado no noroeste do país, os islamistas têm divulgado os materiais propagandísticos. Ao mesmo tempo, segundo as autoridades indianas, um grupo de 20 cidadãos indianos estaria combatendo no Iraque do lado do EI.
Quanto aos mercenários indianos na Síria, os dados oficiais a esse respeito ainda não foram descobertos. Mas eles também encerram uma séria ameaça para a segurança da Índia, escreve o periódico Times of India.