Segundo a "Der Spiegel", BND conclui que míssil lançado por separatistas levou à queda de avião no leste da Ucrânia, matando 298 pessoas em julho. Causa oficial da tragédia, porém, ainda não foi divulgada.
Deutsch Welle
Separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia rejeitaram acusações publicadas pela revista alemã Der Spiegel neste domingo (19/10) de que teriam sido eles os responsáveis pela queda do avião da Malaysia Airlines, em julho passado, matando as 298 pessoas a bordo, enquanto sobrevoava a região. A revista cita como fonte o Departamento Federal de Informações (BND).
O líder separatista Andrey Purgin disse à agência de notícias Interfax que as informações publicadas pela revista são "falsas", e culpou Kiev pelo desastre. Purgin afirmou que não há entre os rebeldes ninguém com conhecimento técnico suficiente para operar o míssil, cujo sistema seria extremamente complicado, segundo ele.
De acordo com a Der Spiegel, porém, o chefe do serviço alemão de inteligência, Gerhard Schindler, revelou a uma comissão parlamentar no dia 8 deste mês que os rebeldes capturaram do Exército ucraniano um míssil do sistema de defesa antiaéreo do tipo Buk e o lançaram no dia 17 de julho. O míssil explodiu próximo ao Boeing 777. Após análise detalhada, baseada em fotos e imagens de satélite, o BND chegou à conclusão que os separatistas foram responsáveis pela tragédia.
Enquanto Kiev culpa Moscou pelo envio de armas e munição aos rebeldes do leste, governos europeus têm evitado fazer acusações sobre a responsabilidade do incidente. No entanto, pouco após a queda do MH17, o secretário americano de Estado, John Kerry, disse haver "fortes indícios" de que os separatistas pró-Rússia teriam abatido o avião.
O governo holandês, que conduz duas investigações sobre as causas da queda do MH17, ainda não apontou responsabilidades. Dois terços dos passageiros eram holandeses.