Na semana passada em Donbass, sudeste da Ucrânia, na sequência dos ataques de artilharia das forças de segurança governamentais foram mortos 55 civis. Tal é um balanço feito em relatório oficial da ONU. Pela primeira vez, o documento reconhece o fato de os mortíferos disparos terem sido a obra dos militares ucranianos. A Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) exortou os parlamentos do mundo a insistirem na investigação dos crimes militares perpetrados por Kiev.
Tatiana Tabunova | Voz da Rússia
Nas últimas 24 horas, na região de Donbass, foram mortas 4 pessoas indefesas. Estas vítimas excedem já as estatísticas acima citadas pelas Nações Unidas. Deste modo, os peritos reconheceram o fato de a artilharia pesada estar alvejando os bairros residenciais das vilas e cidades do sudeste ucraniano. Em resultado disso, estão perecendo habitantes locais. Conforme as estatísticas da ONU, na semana finda, o fogo de artilharia matou 55 civis, tendo ferido mais de 100 pessoas. Tudo isso, apesar do regime de cessar-fogo, garantido pela OSCE.
Um apelo de investigar os crimes militares foi lançado na expectativa de os parlamentares do resto do mundo ouvirem os colegas russos. Os acontecimentos na Ucrânia que se seguiram ao golpe de estado, ocorrido em fevereiro, vêm contrariando quaisquer normas humanitárias e humanas, para não falar de normas do Direito Internacional, salientou a propósito Vladimir Vasiliev, vice-presidente da Duma, dirigente da bancada Edinaya Rossiya.
”Pessoas inocentes tinham sido queimadas vivas por causa de suas convicções, por terem assumido clara e abertamente as posições políticas diferentes. Mas nenhum massacre ainda foi investigado”.
Entretanto, a cada dia que passa, vão se acumulando novos fatos de hediondos crimes. Nas zonas do antigo aquartelamento das tropas ucranianas foram descobertas valas comuns com cadáveres vestidos à paisana, mãos atadas nas costas e corpos mutilados. Alguns foram identificados por habitantes locais, confirmando que as vítimas eram os antigos prisioneiros, capturados e depois torturados devido a simpatias que teriam nutrido em relação às milícias.
Os autores dos crimes deverão ser apontados pela investigação internacional e não a ucraniana, como querem os EUA, considera o deputado russo, Mikhail Emelianov:
Na Europa Ocidental, na Europa Oriental e nos EUA se fala muito de direitos do homem e dos valores da vida humana. Agora, compete-lhes avaliar os acontecimentos trágicos em Donbass mediante uma comissão independente, encarregada de encontrar os culpados, castigá-los por humilhações e carnificinas e pôr termo ao genocídio que se pratica na Ucrânia”.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia apelou à ONU, à OSCE e ao Conselho da Europa a não se limitarem a acompanhar a situação na região de Donbass, cabendo-lhes garantir uma justa e imparcial investigação da morte de pessoas civis no decurso das operações militares no leste da Ucrânia.