As modificações militares do dirigível Atlant, cujo desenvolvimento está sendo realizado pelo centro aeronáutico russo Augur, estão de acordo com a nova concepção da formação de Forças Armadas móveis. A implementação desses aparelhos abre grandes oportunidades no âmbito da transferência de militares, de transporte de carga militar e criação de pontos de comando móveis.
Voz da Rússia
Com recurso à capacidade de pressão do motor e a um sistema único de lastro ativo (SAB) Atlant pode tornar-se mais pesado ou mais leve. E mesmo assim, não tem que levar a bordo o lastro – e é aqui que reside o seu principal know how, refere o porta voz oficial da empresa Centro de Dirigíveis Augur, Alexei Mitrofanov:
“Trata-se de uma máquina completamente inovadora. Chamamos o aparelho de dirigível híbrido ou dirigível de novo tipo. Falando por alto, será apenas 60% a 40% mais mais leve do que o ar quanto à sua força de elevação, que serão compensadas pela força e pela capacidade ativa de equilíbrio”.
Foto: rosaerosystems.ru
O dirigível chega com uma carga de algumas dezenas de toneladas ao ponto de destino. Para regular a força de elevação durante o voo terá que necessariamente meter o lastro a bordo ou retirar os pesos. Meter o lastro a bordo – água ou carga a granel é problemático, especialmente algures na tundra ou na taiga no inverno. Não se pode atirar o peso, pois trata-se de um aparelho aeronáutico.
Os especialistas decidiram colocar a bordo, na qualidade de lastro, simplesmente ar, que é introduzido, comprimido e, assim, torna-se pesado. Quando se torna necessário o lastro é jogado fora. Já no que concerne à construção do próprio aparelho, essa não se distingue do dirigível convencional. Tem uma carcaça rígida e está preparado para o transporte de cargas e pessoas para regiões de difícil acesso.
A ideia do equilíbrio ativo surgiu há 10 anos. Atualmente, esta orientação, a par do centro russo, é seguida pela empresa americana Aeros. Os seus especialistas propõe criar, na carcaça do dirigível, zonas de hélio comprimido, cujo peso será superior ao do ar. Com recurso a esse tipo de zonas, o piloto do dirigível poderá decidir a altura do voo.
O dirigível russo está sendo planejado em dois modelos – Atlant-30, com capacidade de transporte de 16 toneladas, e Atlant-100, com capacidade de levantar 40 toneladas, referiu Alexei Mitrofanov:
“O revestimento do dirigível será de material duro, o mais provável é que venha a ser um composto. Terá uma carcaça metálica. Continuamos a escolher materiais. Por dentro terá botijas seccionadas, como o Zeppelin. Atlant será um meio de transporte excepcional. Para os sistemas de defesa aérea e repetidores, existem outros dispositivos. Trata-se de meios de transporte aéreo que há muito construimos”.
A velocidade de cruzeiro do Atlant será de 120 km/h. Não será um dirigível clássico, e estão na calha sistemas especiais que permitirão, em caso de ventos fortes, encosta-lo ao solo. A aeronave poderá aterrisar na água, no gelo, no pântano e, com ajuda de uma almofada de ar, circular na superfície terrestre. A autonomia de viagem é de 2 a 5 mil km, dependendo da construção do aparelho. Assim, o dirigível constitui-se numa combinação complexa, comparável a um avião.