Motorista de táxi, o britânico Alan Henning foi sequestrado em dezembro enquanto prestava ajuda humanitária na Síria
BBC Brasil
A família do refém britânico Alan Henning, que está nas mãos de extremistas islâmicos, recebeu um arquivo de áudio em que ele implora por sua vida.
Detalhes da mensagem não foram divulgados, mas a mulher de Henning, Barbara, respondeu ao material com uma mensagem pedindo a libertação dele ao autodenominado Estado Islâmico (EI).
"Eu e as pessoas que me representam continuamos a estender a mão para aqueles que estão com Alan", disse a esposa, em um comunicado divulgado pelo Ministério do Exterior britânico.
"O Estado Islâmico continua ignorando nossos pedidos para iniciar um diálogo. Eu vi muçulmanos em todo o mundo questionando o Estado Islâmico sobre o destino de Alan. As pessoas estão falando em alto e bom som", disse.
Henning, um motorista de táxi de Eccles, em Salford, na Inglaterra, foi capturado quando prestava ajuda humanitária na Síria em dezembro.
"Ele estava trabalhando com muçulmanos para ajudar os mais vulneráveis dentro da Síria. Ele foi para a Síria para ajudar seus amigos muçulmanos a prestar uma ajuda muito necessária", disse a esposa.
"Nós não sabemos por que as pessoas que lideram o Estado islâmico não podem abrir seus corações e mentes aos fatos que cercam a prisão de Alan e por que eles continuam a ameaçar a sua vida."
"Me disseram que ele foi a um tribunal da sharia [lei islâmica], que foi declarado inocente de ser um espião e que foi considerado uma não-ameaça. Eu imploro ao Estado Islâmico que acate as decisões de seu próprio sistema de justiça. Por favor, libertem Alan."
Reféns
A declaração foi a segunda divulgada pela família Henning nos últimos dias. No fim de semana, a mulher do taxista disse que havia enviado mensagens para o Estado Islâmico, mas não havia recebido resposta.
Na semana passada, líderes muçulmanos britânicos pediram a libertação imediata de Henning em uma carta no jornal The Independent. Ele está sob ameaça de morte desde a divulgação, no dia 13 de setembro, de um vídeo que mostrava a morte de outro britânico, David Haines.
A decapitação de Haines sucedeu a de dois reféns norte-americanos, os jornalistas James Foley e Steven Sotloff, que também foram expostos em vídeos.
Na manhã desta terça-feira o Estado Islâmico divulgou um segundo vídeo do jornalista britânico John Cantlie, sequestrado na Síria em 2012 e mantido refém desde então.
Assim como no primeiro vídeo, que foi publicado online há menos de uma semana, Cantlie aparece falando com a câmera sobre o Estado Islâmico e dizendo que foi abandonado pelo governo do Reino Unido.
Busca por militante britânico
Autoridades britânicas disseram que a busca por um militante que aparece nos vídeos de decapitação divulgados pelo grupo está "ficando quente". O militante que aparece nas imagens fala com um sotaque britânico.
"Há uma grande investigação, que está ficando quente", disse à rede CNN o ministro do Exterior da Grã-Bretanha, Philip Hammond. "Estamos limitando o campo, mas eu não quero dizer mais nada nesta fase", afirmou.