Nouhad Machnouk, titular da pasta do Interior do Líbano, terminou uma visita a Moscou. Em entrevista exclusiva à Voz da Rússia, compartilhou os planos de aquisição de armas e equipamentos militares russos e deu a conhecer um enfoque libanês do combate ao terrorismo no Oriente Médio.
Elena Suponina | Voz da Rússia
- Quem irá financiar fornecimentos de armas russas para o Líbano?
- A Arábia Saudita. A ajuda foi oferecida pelo rei saudita Abdalla bin Abdel-Aziz.
- Há planos de comprar carros de combate, veículos blindados e aviões?
- Quanto ao Exército, não conheço detalhes. Os militares libaneses sabem manejar as armas de fabricação russa e irão definir em breve quantidades e tipos de armas necessárias.
- O Líbano faz parte da coalizão internacional de combate ao terrorismo? Qual é sua forma de participação?
- A coalizão desse gênero não é uma entidade à qual de pode aderir ou não. O Líbano tinha lutado contra o terrorismo antes de sua formação. E irá lutar sempre. O Líbano está fazendo isso não em prol de coligação, mas antes de mais, para manter sua estabilidade política. O Líbano continuará defendendo seu desempenho estável e a independência.
- Nas conversações em Moscou foi examinada a situação na Síria?
- Claro que sim, examinamos a crise que se vive na Síria e no Iraque, bem como a situação no Líbano. Debatemos os efeitos e repercussões da guerra síria no nosso país, assim como as consequências da crise iraquiana que se fazem sentir na Síria. O principal tema da agenda foi a intenção da Rússia de entrar em contato com a Síria e o Irã para, desse jeito, ajudar a apoiar a estabilidade política no Líbano. Não nos queixamos de alguém, nem esmiuçamos assuntos alheios. A maior preocupação do governo libanês está relacionada com a segurança e a estabilidade do Líbano.
- O Estado Islâmico (EI) terrorista vem ameaçando, antes de mais nada, o Iraque e a Síria? Ele representa perigo para o Líbano?
- Este grupo já atua no Líbano! Por exemplo, na região fronteiriça Arsal, os militantes do EI participaram de um rapto de militares libaneses. Estamos travando negociações visando a libertação dos reféns.
- Se baseados em sua experiência profissional, o EI poderá ser derrotado mediante ataques aéreos dos EUA e seus aliados?
- A decisão sobre bombardeios foi tomada em nível internacional. O êxito não poderá ser alcançado desde que não se estabilize a situação na Síria, no Iraque e no Líbano, desde que não sejam equacionados litígios e equilibradas as relações entre diversas comunidades religiosas. De qualquer modo, queremos contar com o apoio da Rússia, encarada como um dos protagonistas do processo negocial no Oriente Médio. Queremos usar a sua influência e a experiência para a manutenção de estabilidade no nosso país.