Washington insistiu não desejar coordenação militar com o Irã.
Conferência em Paris tenta definir ajuda ao Iraque.
Reuters
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta segunda-feira (15) que rejeitou um convite dos Estados Unidos para cooperar na luta contra o Estado Islâmico, mas Washington insistiu não desejar uma coordenação militar com o Irã contra os militantes.
“O embaixador norte-americano no Iraque pediu ao nosso embaixador (no Iraque) uma reunião para discutir a coordenação na luta contra o Daesh (Estado Islâmico)”, declarou Khamenei, segundo a agência estatal de notícias Irna.
“Nosso embaixador no Iraque nos transmitiu esse pedido, que foi bem recebido por algumas autoridades (iranianas), mas eu me opus. Não vi sentido em cooperar com um país cujas mãos estão sujas e cujas intenções são nebulosas.”
Ele disse ter sido uma escolha do Irã não trabalhar com a nação que a República Islâmica tradicionalmente chama de “O Grande Satã”, tendo recusado antes propostas semelhantes de abertura ao ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, e a seu vice, Abbas Araqchi.
Khamenei repudiou os comentários recentes do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, segundo os quais Washington se opõe a qualquer participação iraniana em uma coalizão internacional anti-Estado Islâmico.
“Agora eles (EUA) estão mentindo quando dizem que foram eles que nos excluíram da coalizão, já que foi o Irã que se recusou a participar dela, para começo de conversa”, afirmou Khamenei, de 75 anos, que deixou o hospital nesta segunda-feira depois de uma operação na próstata.
Em Paris, também nesta segunda-feira, foi iniciada uma conferência para discutir como conter o movimento jihadista, que ocupou um terço do Iraque e da Síria. O Irã não enviou representante.
Khamenei questionou o empenho norte-americano no combate ao Estado Islâmico, que se tornou a maior força de oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad, um aliado do Irã.
“Os comentários das autoridades norte-americanas sobre a formação de uma aliança anti-Estado Islâmico são insípidos, ocos e ensimesmados, e as contradições entre seu comportamento e sua fala atestam esse fato”, acrescentou o aiatolá.
Khamenei afirmou que Washington quer no Iraque o que tem no Paquistão – “um parquinho de diversões onde podem entrar livremente e bombardear à vontade”.
“Os norte-americanos deveriam ter em mente que, se levarem isso adiante, os mesmos problemas que enfrentaram no Iraque nos últimos 10 anos voltarão”.
'Vai e vem'
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta segunda-feira (15) que rejeitou um convite dos Estados Unidos para cooperar na luta contra o Estado Islâmico, mas Washington insistiu não desejar uma coordenação militar com o Irã contra os militantes.
“O embaixador norte-americano no Iraque pediu ao nosso embaixador (no Iraque) uma reunião para discutir a coordenação na luta contra o Daesh (Estado Islâmico)”, declarou Khamenei, segundo a agência estatal de notícias Irna.
“Nosso embaixador no Iraque nos transmitiu esse pedido, que foi bem recebido por algumas autoridades (iranianas), mas eu me opus. Não vi sentido em cooperar com um país cujas mãos estão sujas e cujas intenções são nebulosas.”
Ele disse ter sido uma escolha do Irã não trabalhar com a nação que a República Islâmica tradicionalmente chama de “O Grande Satã”, tendo recusado antes propostas semelhantes de abertura ao ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, e a seu vice, Abbas Araqchi.
Khamenei repudiou os comentários recentes do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, segundo os quais Washington se opõe a qualquer participação iraniana em uma coalizão internacional anti-Estado Islâmico.
“Agora eles (EUA) estão mentindo quando dizem que foram eles que nos excluíram da coalizão, já que foi o Irã que se recusou a participar dela, para começo de conversa”, afirmou Khamenei, de 75 anos, que deixou o hospital nesta segunda-feira depois de uma operação na próstata.
Em Paris, também nesta segunda-feira, foi iniciada uma conferência para discutir como conter o movimento jihadista, que ocupou um terço do Iraque e da Síria. O Irã não enviou representante.
Khamenei questionou o empenho norte-americano no combate ao Estado Islâmico, que se tornou a maior força de oposição ao presidente sírio, Bashar al-Assad, um aliado do Irã.
“Os comentários das autoridades norte-americanas sobre a formação de uma aliança anti-Estado Islâmico são insípidos, ocos e ensimesmados, e as contradições entre seu comportamento e sua fala atestam esse fato”, acrescentou o aiatolá.
Khamenei afirmou que Washington quer no Iraque o que tem no Paquistão – “um parquinho de diversões onde podem entrar livremente e bombardear à vontade”.
“Os norte-americanos deveriam ter em mente que, se levarem isso adiante, os mesmos problemas que enfrentaram no Iraque nos últimos 10 anos voltarão”.
'Vai e vem'
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se recusou a entrar em uma discussão "vai e volta" com o Irã nesta segunda, após Teerã ter afirmado que recusou um pedido norte-americano para coordenar uma resposta ao grupo militante Estado Islâmico.
"Eu não vou entrar em um vai e vem. Eu não quero fazer isso. Eu não acho que isso seja construtivo, francamente", disse Kerry a jornalistas na residência do embaixador dos EUA em Paris, após uma conferência internacional sobre o Iraque à qual compareceram lideranças de 26 países.