Piloto morreu; uma legisladora iraquiana e uma jornalista se feriram.
BBC filmou resgate aéreo de minoria ameaçada por jihadista; assista.
Do G1, em São Paulo
Uma legisladora iraquiana, que ajudou a chamar a atenção para a situação dos membros sitiados de sua comunidade yazidi, e uma jornalista do "New York Times" ficaram feridas nesta terça-feira (12) na queda de um helicóptero que entregava ajuda, informaram autoridades. O piloto morreu quando o helicóptero, sobrecarregado com os yazidis resgatados, caiu durante a decolagem no Monte Sinjar, declararam dois integrantes do exército.
Os yazidis, uma minoria de língua curda, foram expulsos de suas casas na semana passada quando os insurgentes jihadistas ocuparam a cidade de Sinjar, no norte do país.
Sitiados nas áridas montanhas de seus arredores, milhares de yazidis tentam sobreviver, ameaçados pela fome e pelos jihadistas em meio a temperaturas que podem superar os 50 graus.
Helicópteros que entregam ajuda humanitária a uma região em conflito no Iraque estão sendo usados para resgatar pessoas envolvidas na violência no norte do país.
Uma equipe da BBC foi uma das que acompanhou uma dessas missões e filmou como os yazidis cercavam a aeronave desesperadamente. Eles tentam se agarrar ao helicóptero, que sequer chega a aterrissar completamente no solo. Quando a aeronave parte, uma mulher fica pendurada e é puxada pelas pessoas a bordo. Apenas poucos deles conseguem refúgio. (Veja o vídeo)
Apelo
Os yazidis, uma minoria de língua curda, foram expulsos de suas casas na semana passada quando os insurgentes jihadistas ocuparam a cidade de Sinjar, no norte do país.
Sitiados nas áridas montanhas de seus arredores, milhares de yazidis tentam sobreviver, ameaçados pela fome e pelos jihadistas em meio a temperaturas que podem superar os 50 graus.
Helicópteros que entregam ajuda humanitária a uma região em conflito no Iraque estão sendo usados para resgatar pessoas envolvidas na violência no norte do país.
Uma equipe da BBC foi uma das que acompanhou uma dessas missões e filmou como os yazidis cercavam a aeronave desesperadamente. Eles tentam se agarrar ao helicóptero, que sequer chega a aterrissar completamente no solo. Quando a aeronave parte, uma mulher fica pendurada e é puxada pelas pessoas a bordo. Apenas poucos deles conseguem refúgio. (Veja o vídeo)
Apelo
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez um apelo ao mundo nesta terça pedindo mais esforços pelos yazidis. "A situação dos yazidis e de outros no Monte Sinjar é especialmente angustiante", disse Ban a repórteres, acrescentando que a "situação na montanha é calamitosa".
"Faço um apelo à comunidade internacional para que faça ainda mais para fornecer a proteção que eles precisam", acrescentou. Ban também advertiu que as forças de segurança iraquianas não devem intervir na crise política resultante da nomeação do novo primeiro-ministro.
"É imperativo que as forças de segurança se abstenham de intervir no processo político", afirmou o chefe da ONU aos jornalistas na sede das Nações Unidas em Nova York.
Mais cedo, o atual primeiro-ministro Nuri al-Maliki ordenou que as forças de segurança do Iraque fiquem de fora da crise política do país. Ele é comandante-chefe das forças armadas iraquianas e observadores temem que ele possa interferir na nomeação de seu sucessor, Haidar al-Abadi, designado na véspera como novo primeiro-ministro do país.
"As Forças Armadas devem se manter à margem da crise política e continuar com suas tarefas militares e de segurança para defender o país", indicou Al Maliki, que segue à frente dos militares até que Abadi assuma a chefatura de Governo.
Abadi, que passou anos exilado na Grã-Bretanha, é visto como muito menos polarizador e sectário que Maliki, e parece ter a bênção dos poderosos clérigos xiitas iraquianos, uma força influente desde a derrubada do ditador sunita Saddam Hussein em 2003 pelas mãos dos norte-americanos.
EUA e Irã apoiam novo premiê
Mesmo sem estar empossado, o novo primeiro-ministro iraquiano recebeu o apoio dos Estados Unidos e do Irã, normalmente antagonistas, ao pedir aos líderes políticos que ponham fim às desavenças que permitiram aos jihadistas tomar um terço do país.
Haider al-Abadi ainda enfrenta oposição no país, onde seu colega de partido e também xiita Nuri al-Maliki se recusou a entregar o cargo de premiê após oito anos que alienaram a outrora dominante minoria sunita e afastaram Washington e Teerã.
Mas milícias xiitas e comandantes do Exército leais a Maliki insinuaram apoiar a mudança, assim como muitas pessoas nas ruas de Bagdá, temerosas de um novo mergulho em um banho de sangue sectário e étnico.
Os vizinhos sunitas Turquia e Arábia Saudita também acolheram a indicação de Abadi.
Um comunicado do gabinete de Maliki informou que ele se reuniu com autoridades de alto escalão da segurança e com comandantes da polícia e do exército para exortá-los a “não interferir na crise política”.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse que os EUA irão estudar os pedidos de assistência militar e de outros tipos assim que Abadi formar um governo de unidade no Iraque.
Destacando a convergência de interesses no Iraque que marca a relação normalmente hostil entre EUA e Irã, autoridades iranianas de alto escalão parabenizaram Abadi por sua indicação três meses após uma eleição parlamentar que deu maioria ao bloco de Maliki. Assim como as potências ocidentais, o Irã xiita está alarmado com o avanço do Estado Islâmico na Síria e no Iraque.