Por Redação, com Reuters - de Bagdá
Forças curdas atacaram combatentes do Estado Islâmico nesta quarta-feira a apenas 40 quilômetros ao sudoeste da capital regional curda de Arbil, no Norte do Iraque, disse uma autoridade à agência inglesa de notícias Reuters.
O ataque aconteceu após militantes do Estado Islâmico terem imposto uma humilhante derrota aos curdos no domingo, com um rápido avanço contra três de suas cidades, levando o primeiro-ministro do Iraque a ordenar que a força aérea do país apoiasse pela primeira vez as forças curdas.
- Nós mudamos nossas táticas, de defesa para o ataque. Agora estamos em confronto com o Estado Islâmico em Makhmur – disse Jabbar Yawar, secretário-geral do ministério curdo responsável pelos soldados da região, os chamados combatentes peshmerga.
O local dos combates coloca militantes do Estado Islâmico mais perto do que nunca da região semi-independente curda desde que os rebeldes avançaram sobre o Norte do Iraque e tomaram territórios em junho, quase sem oposição.
Yawar disse que os curdos haviam restabelecido a cooperação militar com Bagdá. Os laços entre os dois lados, a liderança curda e o governo liderado por xiitas, do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, estavam abalados por conta de impasses envolvendo petróleo, orçamentos e território.
Mas a ofensiva no fim de semana pelos militantes sunitas - que tomaram mais cidades, um quinto campo de petróleo e a maior represa do Iraque- levaram ambos a deixarem as diferenças de lado.
- O ministério dos peshmerga enviou uma mensagem para o Ministério da Defesa iraquiano requisitando uma reunião urgente sobre cooperação militar. Os comitês conjuntos foram reativados – disse Yawar por telefone.
O Estados Islâmico, o qual declarou um “califado” em um território que se estende do Iraque até a Síria, e que também ameaça marchar contra Bagdá, representa a maior ameaça para o Iraque desde a invasão liderada pelos EUA para derrubar Saddam Hussein, em 2003.
Combatentes do Estado Islâmico e seus militantes sunitas e aliados tribais detém partes do oeste do Iraque.
O Estado Islâmico, que considera a maioria xiita do Iraque infiel e por isso deve ser morta, tomou três cidades durante uma ofensiva no fim de semana, incluindo Sinjar, lar de muitos membros da minoria yazidi.
Os yazidis, que são de etnia curda e seguem uma religião antiga advinda do zoroastrismo, correm o risco de serem executados por serem encarados por militantes sunitas do Estado Islâmico como adoradores do demônio.
Yawar disse que 50 mil yazidis estão escondidos em uma montanha, com o risco de morrem de fome se não forem resgatados em 24 horas.