A participação do Brasil na maior feira de aviação do ano foi tão bem sucedida, que o mau desempenho na Copa foi lembrado apenas em forma de piada para quebrar o gelo em algumas apresentações. A conclusão foi que, se nos gramados vai-se mal, nos hangares o dever de casa esta sendo bem feito.
por Vianney Jr
Editor-chefe de Avaliação de Aeronaves - DefesaNet
Embraer Defesa & Segurança
Já a Embraer Defesa & Segurança surpreendeu positivamente com a divulgação das fotos do presente estágio de montagem de seu novo trunfo, o KC-390. O adiantado trabalho de finalização do maior avião já projetado no Brasil, juntamente com a apresentação da cross-section deste transporte militar médio, atraíram a atenção de grande parte da mídia internacional. Igualmente, a exposição de alguns dos principais sistemas embarcados no KC-390 (Rockwell Collins, AEL, BAE Systems, Cobham) fez do estande da Embraer uma parada obrigatória dentro dos roteiros de visitação das delegações de várias forças aéreas representadas em Farnborough.
Com contrato assinado com a Força Aérea Brasileira para a construção de 28 aeronaves, o KC-390 mira nos potenciais 700+ pedidos do mercado internacional, uma vez que chega como solução flexível e moderna para substituição de uma frota envelhecida de aeronaves de transporte militar de médio porte, em boa parte do mundo. Ao contrário de soluções “upgradadas” de projetos mais antigos, o KC-390 parte da prancheta com design aerodinamicamente mais eficiente, motorização confiável, e sistemas de última geração.
EMBRAER + SAAB
Ainda pertinente à cadeira da presidência de Jackson Schneider, CEO da EMBRAER Defesa & Segurança, o recém-assinado MOU (memorando de entendimento) com a SAAB, referente à produção do Gripen NG para a Força Aérea Brasileira, aumentou a confiança na assinatura do contrato com a FAB para ainda este ano.
Durante as apresentações dos executivos da fabricante sueca, foi grande o interesse da imprensa internacional acerca da relação estabelecida pelo documento de parceria na gestão conjunta do Projeto F-X2 no Brasil. Por meio deste acordo, a Embraer exercerá um papel de liderança na condução geral do programa, bem como realizará uma grande parte do trabalho de produção e entrega das versões monoposto e biposto do Gripen NG para a FAB. A especulação maior por detalhes rondou percentuais de transferência de tecnologia e participações nos direitos de propriedade intelectual sobre o projeto.
A EMBRAER coordenará todas as atividades de desenvolvimento e produção no Brasil, em nome da SAAB, e, além de uma grande parcela de trabalho neste projeto, a Empresa também participará do desenvolvimento de sistemas, da integração, testes em voo, montagem final e entregas.
Além disso, a EMBRAER e a SAAB serão responsáveis pelo desenvolvimento completo da versão biposto do Gripen NG, ao mesmo tempo em que as duas empresas estudam a formação de uma parceria estratégica para promoção e vendas das duas versões, monoposto e biposto, no mercado global.
Grande é a expectativa quanto à conclusão dos entendimentos e arranjos produtivos para que se chegue à assinatura do contrato com a Força Aérea Brasileira. As análises em geral, tanto no meio especializado aeronáutico e militar, e econômico e industrial, são convergentes ao avaliar que a decisão brasileira tem uma ascendência importante no futuro do mercado global de aeronaves de combate, e impacta profundamente (e positivamente) nos rumos da SAAB, sendo assim, de maior relevância estratégica para a Suécia, que propriamente ao Brasil.