A expectativa das empresas nacionais participantes do projeto do míssil Ar-Ar de 5ª Geração em conjunto com a África do Sul A-DARTER.
Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet
A contratação da certificação e produção do míssil A-DARTER pela indústria nacional deve ocorrer nos próximos meses. É o que consideram a MECTRON, controlada pela ODEBRECHT Defesa e Tecnologia (ODT), e suas parceiras no projeto (AVIBRAS e OPTOELETRÔNICA).
Enquanto o programa caminha para a fase final do desenvolvimento na África do Sul, com ensaios em voo contra alvo em diferentes condições de lançamentos do míssil, pelo lado brasileiro as empresas aguardam as negociações para a próxima fase do programa (Fase 4), que envolverá a industrialização do míssil e a certificação do processo produtivo.
PROJETO A-DARTER FASES DO PROJETO | |
Fase 1 | Desenvolvimento do míssil na África do Sul |
Fase 2 | Participação da Indústria Nacional no Desenvolvimento na África do Sul |
Fase 3 | Preparação do Parque Industrial Nacional com a Adaptação dos Laboratórios e Reprodução de Subsistemas Prioritários no Brasil |
Fase 4 | Integração dos Subsistemas, Certificação no Brasil e Desenvolvimento da Industrialização |
Fase 5 | Produção e Logística |
A avaliação que se faz hoje é que as equipes brasileiras estão em estágio de conhecimento tecnológico similar ao dos sul-africanos. “Os resultados são altamente satisfatórios, ainda mais se considerando que é uma parceria tecnológica entre países e empresas com diferentes culturas, metodologias de desenvolvimento, processos de trabalho etc.”, afirma o engenheiro Thomaz Tavares, Diretor de Contrato na MECTRON.
Tavares também esclarece que até agora foi garantida a transferência de tecnologia e puderam demonstrar a capacidade das empresas brasileiras envolvidas de mobilizar a indústria nacional para a fabricação deste sistema. “Estamos prontos para dar o próximo passo. A contratação da fase de industrialização é fundamental para a consolidação do programa no Brasil e para que possamos fornecer o A-DARTER em larga escala para a futura geração de caças da FAB. A falta de continuidade no processo esfriará a prontidão da indústria nacional”.
De origem sul-africana, conduzido pela empresa DENEL Dynamics, o programa do A-DARTER consiste no desenvolvimento de um míssil ar-ar de quinta geração, cujas principais características são uma avançada capacidade de detecção e rastreio de alvos através de imageamento infravermelho e alta capacidade de manobra através de empuxo vetorado.
Em 2006, com base num acordo governamental entre o Brasil e a África do Sul, a Força Aérea Brasileiradecidiu investir no desenvolvimento deste míssil, passando a participar ativamente no projeto, tendo direitos industriais sobre ele e contratando empresas brasileiras para participar do programa, como a MECTRON, responsável pela seção de controle e guiamento, incluindo seu autodiretor, sua eletrônica embarcada e sua espoleta de proximidade por radiofrequência. Esse programa gera um grande investimento na capacitação e fortalecimento da indústria nacional de defesa.
A MECTRON entrou no programa em janeiro de 2008 atuando com uma equipe que passou a trabalhar na África do Sul, participando ativamente do desenvolvimento do míssil. Outra equipe foi alocada no Brasil para dar prosseguimento ao processo de capacitação tecnológica e materialização do produto no país. Esta etapa foi alcançada em 2013 com a finalização da montagem e testes da seção frontal do míssil nas instalações da empresa em São José dos Campos/SP. No total, mais de 50 integrantes da MECTRON participaram deste processo.
Seção frontal do A-DARTER em teste no seu banco óptico na MECTRON
F-X2 e Gap Filler
O míssil A-DARTER deverá ser o míssil de média distância da FAB. Assim no RFP (Request for Proposal) do F-X2 consta como requisito a integração do sistema à aeronave. As negociações atualmente em curso para ter como o caça Gripen C/D, como GAP Filler (preencher a necessidade de caça e servir de treinamento para pilotos e equipes de terra) traz uma outra vantagem ao Míssil A-DARTER.
Todos os ensaios aviônicos foram concluídos na aeronave Gripen C/D, inclusive o teste de envelope da aeronave com o míssil e disparo deste. Haveria grande reaproveitamento da integração que já ocorreu na África do Sul.
Era prevista a integração no caça A-1M (AMX). Mas não é conhecido se os planos da FAB permanecem estes ou focará os esforços no Gripen NG.
É importante a entrada da 4ª Fase do Projeto A-Darter, pois no momento em que a configuração for estabelecida com o encerramento do desenvolvimento, a MECTRON e suas parceiras levariam cerca dois anos para se estruturarem e entregarem as primeiras unidades do míssil.
Assim a FAB teria não só uma aeronave de caça, o Gripen C/D, como GAP FIller, e o futuro Gripen NG já compartilhando o sistema de arma, o míssil de 5ª Geração A-DARTER com importantes ganhos de operacionalidade, logística e escala industrial.
F-X2 e Gap Filler
O míssil A-DARTER deverá ser o míssil de média distância da FAB. Assim no RFP (Request for Proposal) do F-X2 consta como requisito a integração do sistema à aeronave. As negociações atualmente em curso para ter como o caça Gripen C/D, como GAP Filler (preencher a necessidade de caça e servir de treinamento para pilotos e equipes de terra) traz uma outra vantagem ao Míssil A-DARTER.
Todos os ensaios aviônicos foram concluídos na aeronave Gripen C/D, inclusive o teste de envelope da aeronave com o míssil e disparo deste. Haveria grande reaproveitamento da integração que já ocorreu na África do Sul.
Era prevista a integração no caça A-1M (AMX). Mas não é conhecido se os planos da FAB permanecem estes ou focará os esforços no Gripen NG.
É importante a entrada da 4ª Fase do Projeto A-Darter, pois no momento em que a configuração for estabelecida com o encerramento do desenvolvimento, a MECTRON e suas parceiras levariam cerca dois anos para se estruturarem e entregarem as primeiras unidades do míssil.
Assim a FAB teria não só uma aeronave de caça, o Gripen C/D, como GAP FIller, e o futuro Gripen NG já compartilhando o sistema de arma, o míssil de 5ª Geração A-DARTER com importantes ganhos de operacionalidade, logística e escala industrial.