O recente acidente com caça americano de quinta geração F-35, acompanhada da destruição do motor, levou à suspensão dos voos desses caças durante mais de um mês e à sua não participação na exposição em Farnborough.
Vassili Kashin | Voz da Rússia
Esta falha, que está longe de ser a primeira na realização do projeto F-35, obriga a pensar quando é que esses aviões serão um fato real da balança de forças na Região Asiática do Pacífico.
F-35 Lightining II | Reprodução |
Além da Força Aérea, da aviação da Marinha e da aviação dos fuzileiros navais dos EUA, potenciais compradores do avião são também a Coreia do Sul (40 aparelhos) e o Japão (42 aparelhos). Por enquanto, ambos esses países planejam comprar esses aviões para as suas forças aéreas. Além disso, os navios de desembarque sul-coreanos mais modernos e os contra-torpedeiros porta-aviões nipônicos têm possibilidades técnicas para a aterragem de caças de levantamento e aterragem vertical F-35B. Porém, o problema consiste em que, à medida que decorrem os ensaios do mais moderno avião americano, surgem cada vez mais problemas técnicos.
Pode-se esperar que, quando eles começarem a chegar às tropas, surgirão mais problemas ligados à sua exploração e manutenção. Por enquanto é difícil prever os prazos em que as primeiras esquadrilhas da Força Aérea dos EUA, equipadas com F-35, atingirão a sua completa capacidade de combate.
Isso significa que os potenciais adversários dos caças chineses que atuam nos mares da China Oriental e da China Meridional continuarão a ser, num futuro próximo, os aviões de quarta geração modernizados. O atraso na realização do projeto americano do caça F-35 dá uma oportunidade à China de superar o atraso qualitativo da sua aviação de guerra e, talvez, conseguir a supremacia sobre o provável adversário.
Atualmente, a China já começou a fabricação em série do caça naval J-15. A China prepara-se também para adquirir um pequeno número de aviões russos Su-35S. Pode-se supor que o estudo das qualidades e das particularidades do Su-35S abra caminho para a criação de um novo modelo do J-15 com possibilidades consideravelmente maiores. De fato, a cópia de elementos da construção do Su-35 e de alguns dos seus sistemas, tais como o radar de longo alcance até 400 km, permite aos chineses conseguir o avião de combate naval mais potente no mundo.
Não se pode excluir que a China passará a ter mais depressa porta-aviões com J-15 modernizados do que o Japão consiga pôr em estado total de combate os primeiros F-35 baseados em terra e de que o Japão venha a possuir o primeiro avião naval da nova geração. Além disso, nesta situação, o grupo chinês de porta-aviões pode transformar-se num difícil adversário da aviação naval norte-americana, que continua a utilizar fundamentalmente modelos modernizados de caças F/A-18E/F.
Desse modo, os atrasos na realização do programa criticamente importante do F-35 pode abrir perante a armada chinesa uma interessante janela de possibilidades, num período em que para os EUA e o Japão será difícil reagir a possíveis ações inesperadas da China no mar da China Oriental ou em torno de Taiwan. Por si só, semelhante mudança na correlação de forças pode tornar-se um fator que conduzirá à posterior radicalização das posições da China nas disputas territoriais.