A Rússia é a principal interessada no fim do derramamento de sangue na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin apelou aos que empurram esse país para uma crise nacional para que não transfiram para cima dos outros as suas responsabilidades pelos trágicos acontecimentos que aí se desenrolam e indicou a necessidade de todos empreenderem os esforços necessários para sentar as partes em confronto à mesa das negociações.
Natalia Kovalenko | Voz da Rússia
É esperado que as próximas consultas, no âmbito do grupo de contato, se realizem a 18 de julho por videoconferência.
A situação na Ucrânia se agrava a cada hora que passa. Ambas as partes envolvidas no confronto militar estão sofrendo pesadas baixas. Morrem moços jovens que cumprem o serviço militar, assim como civis inocentes. Os habitantes do sudeste perdem seus lares e seus empregos.
O sangue das pessoas e as lágrimas das viúvas e órfãos devem pesar na consciência dos que impulsionam a direção ucraniana a desenrolar uma guerra fratricida, em vez de insistir no fim dos combates, sublinhou o presidente da Rússia Vladimir Putin:
“Eu não sei se existe algum outro país, além da Rússia e, evidentemente, da Ucrânia, que esteja tão interessado no fim do derramamento de sangue e na regulação da situação. Nós temos muitos amigos na Ucrânia, historicamente sempre tivemos relações especiais, lá vivem muitos russos e pessoas de língua russa. Nós temos laços econômicos fortes. Sem dúvida que temos de conseguir um fim imediato para este conflito armado, obter um cessar-fogo que deve ser cumprido, quero sublinhar isso, por ambas as partes e que as partes em confronto se sentem à mesa das negociações.”
Já há três semanas que não tem havido reuniões do grupo de contato para a regulação pacífica. No dia 27 de junho os representantes das milícias, de Kiev, de Moscou e da OSCE conseguiram acordar as condições para a realização das negociações de paz. Contudo, a 1 de julho o presidente da Ucrânia Piotr Poroshenko ordenou que as suas forças militares iniciassem a ofensiva.
Centenas de mortos, milhares de destinos destroçados – este é o preço da posição de Kiev, aprovada por Washington. Mas esta guerra decorre longe dos EUA, mas perto da Europa. Por isso, muitos políticos europeus se pronunciam a favor de um rápido fim deste derramamento de sangue que já provocou uma catástrofe humanitária na Ucrânia. Os esforços da OSCE, apoiados por Moscou, conseguiram obter um acordo para a realização de mais uma reunião do grupo de contato. No dia 18 de julho, o ex-presidente da Ucrânia Leonid Kuchma, na qualidade de enviado de Kiev, o embaixador da Rússia Mikhail Zurabov, o representante da OSCE e os líderes das milícias do sudeste tentarão, por videoconferência, procurar caminhos para uma saída da atual situação.
Os peritos reconhecem que com cada nova morte, com cada novo bombardeamento de artilharia, a população do sudeste tem cada vez mais dificuldade em se reconhecer como fazendo parte da Ucrânia. É cada vez mais frequente se ouvir o nome Novorossiya para denominar as terras situadas a norte do mar Negro. Esse termo se justifica em termos históricos, refere o especialista do Fundo de Perspectiva Histórica Pavel Svyatenkov:
“Novorossiya era o nome dado às terras que foram incluídas no Império Russo durante o reinado de Catarina, a Grande (segunda metade do séc. XVIII). Elas eram desbravadas da mesma forma como foi, por exemplo, a América, ou seja, através do seu povoamento, da edificação de cidades a partir de pequenos povoados. A Novorossiya foi incluída na Ucrânia apenas como um “presente” dado pelos bolcheviques. Eles criaram uma “grande Ucrânia” que incluiu muitos territórios povoados por russos e por outras etnias que nunca estiveram relacionadas com a Ucrânia, mesmo que a consideremos como um país independente do ponto de vista histórico.”
Em 1918, a Novorossiya resistiu vigorosamente à sua inclusão na Ucrânia. As cidades multiétnicas de Nikolaev, Kherson, Odessa, Tiraspol e Mariupol não estavam prontas a aceitar uma dependência política e econômica. Quase um século depois, os habitantes da atual Novorossiya se viram praticamente na mesma situação que os seus antepassados. Tentam impor-lhes um regime político do qual eles discordam. Eles são compelidos a deixar as suas próprias terras e privados das suas tradições culturais históricas.
Mas desta vez eles não estão dispostos a ceder à força bruta. O respeito pelos seus direitos é o único caminho para a paz e as negociações serão o primeiro passo nessa direção.
A situação na Ucrânia se agrava a cada hora que passa. Ambas as partes envolvidas no confronto militar estão sofrendo pesadas baixas. Morrem moços jovens que cumprem o serviço militar, assim como civis inocentes. Os habitantes do sudeste perdem seus lares e seus empregos.
O sangue das pessoas e as lágrimas das viúvas e órfãos devem pesar na consciência dos que impulsionam a direção ucraniana a desenrolar uma guerra fratricida, em vez de insistir no fim dos combates, sublinhou o presidente da Rússia Vladimir Putin:
“Eu não sei se existe algum outro país, além da Rússia e, evidentemente, da Ucrânia, que esteja tão interessado no fim do derramamento de sangue e na regulação da situação. Nós temos muitos amigos na Ucrânia, historicamente sempre tivemos relações especiais, lá vivem muitos russos e pessoas de língua russa. Nós temos laços econômicos fortes. Sem dúvida que temos de conseguir um fim imediato para este conflito armado, obter um cessar-fogo que deve ser cumprido, quero sublinhar isso, por ambas as partes e que as partes em confronto se sentem à mesa das negociações.”
Já há três semanas que não tem havido reuniões do grupo de contato para a regulação pacífica. No dia 27 de junho os representantes das milícias, de Kiev, de Moscou e da OSCE conseguiram acordar as condições para a realização das negociações de paz. Contudo, a 1 de julho o presidente da Ucrânia Piotr Poroshenko ordenou que as suas forças militares iniciassem a ofensiva.
Centenas de mortos, milhares de destinos destroçados – este é o preço da posição de Kiev, aprovada por Washington. Mas esta guerra decorre longe dos EUA, mas perto da Europa. Por isso, muitos políticos europeus se pronunciam a favor de um rápido fim deste derramamento de sangue que já provocou uma catástrofe humanitária na Ucrânia. Os esforços da OSCE, apoiados por Moscou, conseguiram obter um acordo para a realização de mais uma reunião do grupo de contato. No dia 18 de julho, o ex-presidente da Ucrânia Leonid Kuchma, na qualidade de enviado de Kiev, o embaixador da Rússia Mikhail Zurabov, o representante da OSCE e os líderes das milícias do sudeste tentarão, por videoconferência, procurar caminhos para uma saída da atual situação.
Os peritos reconhecem que com cada nova morte, com cada novo bombardeamento de artilharia, a população do sudeste tem cada vez mais dificuldade em se reconhecer como fazendo parte da Ucrânia. É cada vez mais frequente se ouvir o nome Novorossiya para denominar as terras situadas a norte do mar Negro. Esse termo se justifica em termos históricos, refere o especialista do Fundo de Perspectiva Histórica Pavel Svyatenkov:
“Novorossiya era o nome dado às terras que foram incluídas no Império Russo durante o reinado de Catarina, a Grande (segunda metade do séc. XVIII). Elas eram desbravadas da mesma forma como foi, por exemplo, a América, ou seja, através do seu povoamento, da edificação de cidades a partir de pequenos povoados. A Novorossiya foi incluída na Ucrânia apenas como um “presente” dado pelos bolcheviques. Eles criaram uma “grande Ucrânia” que incluiu muitos territórios povoados por russos e por outras etnias que nunca estiveram relacionadas com a Ucrânia, mesmo que a consideremos como um país independente do ponto de vista histórico.”
Em 1918, a Novorossiya resistiu vigorosamente à sua inclusão na Ucrânia. As cidades multiétnicas de Nikolaev, Kherson, Odessa, Tiraspol e Mariupol não estavam prontas a aceitar uma dependência política e econômica. Quase um século depois, os habitantes da atual Novorossiya se viram praticamente na mesma situação que os seus antepassados. Tentam impor-lhes um regime político do qual eles discordam. Eles são compelidos a deixar as suas próprias terras e privados das suas tradições culturais históricas.
Mas desta vez eles não estão dispostos a ceder à força bruta. O respeito pelos seus direitos é o único caminho para a paz e as negociações serão o primeiro passo nessa direção.