Hamas declara ‘todos os israelenses’ alvos potenciais
O Globo
com agências internacionais
TEL AVIV — O governo de Israel autorizou as Forças Armadas a mobilizarem 40 mil reservistas para uma possível invasão terrestre à Faixa de Gaza, deixando a tensão na região comparável à de novembro de 2008, quando mais de mil palestinos foram mortos. Foguetes continuam atravessando os dois lados da fronteira. Militantes do Hamas, que governa Gaza, dispararam mais de 130, e Israel, ao menos 150.
Segundo as forças de segurança de Israel, quatro militantes palestinos tentaram chegar ao país pela praia de Kibbutz Zikim, que fica perto de uma base militar, e foram mortos. O Hamas confirmou a incursão de seus militantes. A mídia israelense confirmou que forças do Hamas e do Exército israelense trocaram tiros na localidade. Há relatos de que moradores se trancaram em suas casas.
Outros 16 palestinos morreram em Gaza atingidos pelos ataques das bombas israelenses, sendo dois deles crianças. Ao menos 25 pessoas ficaram feridas. Segundo Israel, os alvos são locais utilizados para lançar foguetes contra sua população e as duas crianças foram mortas ao serem usadas como escudos humanos.
O avanço do uso das armas sobre o do diálogo têm pressionado a rotina das populações dos dois lados. Em Israel, que possui um eficente sistema antimíssil chamado Domo de Ferro, sirenes de alertas aéreos soaram em grandes cidades como Tel Avivi e Rishon LeZion, levando moradores a se dirigirem para refúgios. Segundo Israel, um míssil explodiu numa área de Jerusalém.
A retórica de guerra dominou os discursos de ambas as partes, com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçando “arregaçar as mangas contra o Hamas”, enquanto a organização palestina declarou que “todos os israelenses” são potenciais alvos de ataque.
De acordo com as Forças Armadas, a aviação israelense perpetrou 146 ataques em Gaza desde o início da operação militar “Limite Protetor” na segunda-feira. Destes, 98 foram contra lançadores de foguetes. O sistema antimíssil Domo de Ferro interceptou 23 foguetes. Não foi estabelecido um limite de tempo para a operação, mas o ministro da Defesa, Moshe Ya'alon, indicou que não seria finalizada em poucos dias.
— O Hamas escolheu agravar a situação e vai pagar um preço alto por isso — ameaçou Netanyahu, afirmando que havia chegado a hora de “arregaçar as mangas” contra o grupo palestino.
O Exército de Israel anunciou que havia “atingido” o militante do Hamas Mohamed Goda, em Rafah, no Sul de Gaza, bem como “outros 40 alvos”. Cinco casas foram destruídas, três em Khan Yunis, no Sul da Faixa de Gaza, e duas no Norte.
“A matança de crianças em Khan Yunis é um crime de guerra terrível, e todos os israelenses tornaram-se agora alvos legítimos da resistência (palestina)”, disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.
ABBAS PEDE FIM DOS ATAQUES
Em um comunicado, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, exigiu que Israel acabe imediatamente com a operação aérea. Abbas fez um apelo à comunidade internacional para deter o que classificou de “perigosa escalada que poderia provocar mais destruição e instabilidade na região”. Preocupada com a escalada de tensões, a Liga Árabe pediu uma reunião de emergência à ONU.
Os ataques intensificaram-se na noite de segunda-feira, poucas horas depois de três extremistas judeus confessarem ter assassinado e queimado vivo o palestino Mohammad Abu Khdeir, de 16 anos, cujo corpo foi encontrado na última quarta-feira.
O crime foi amplamente considerado uma vingança pelo sequestro de três jovens israelenses, cujos restos mortais foram encontrados no último dia 30, segundo o governo o israelense.
PARA HAMAS, ISRAEL ULTRAPASSOU LINHA VERMELHA
As brigadas Ezzedine al-Qassam (braço militar do Hamas) reivindicaram a autoria dos disparos de dezenas de foguetes contra o território israelense, em “resposta à agressão sionista”, e advertiram que Israel “ultrapassou a linha vermelha ao atacar casas”.
O ex-chefe de governo do grupo, Ismaïl Haniyeh, emitiu um comunicado pedindo unidade do povo para enfrentar a crise. Haniyeh afirmou que a ação israelense é uma oportunidade excepcional para a reconciliação entre os palestinos, em referência ao Hamas e à Organização de Libertação da Palestina (OLP), que tentam constituir um governo de união.
Segundo o Exército israelense, mais de 40 foguetes foram disparados de Gaza em apenas uma hora na segunda-feira à noite, e o sistema de defesa antimísseis destruiu 12 no ar. A TV estatal de Israel mostrou dezenas de tanques posicionados na fronteira.
— Os foguetes são uma reação natural aos crimes israelenses contra nosso povo. Que o ocupante (israelense) compreenda bem a mensagem. Não tememos suas ameaças — advertiu o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.
Diante da escalada da violência, Netanyahu havia se comprometido a “fazer o necessário para recuperar a paz e a segurança” em Israel.
com agências internacionais
TEL AVIV — O governo de Israel autorizou as Forças Armadas a mobilizarem 40 mil reservistas para uma possível invasão terrestre à Faixa de Gaza, deixando a tensão na região comparável à de novembro de 2008, quando mais de mil palestinos foram mortos. Foguetes continuam atravessando os dois lados da fronteira. Militantes do Hamas, que governa Gaza, dispararam mais de 130, e Israel, ao menos 150.
Segundo as forças de segurança de Israel, quatro militantes palestinos tentaram chegar ao país pela praia de Kibbutz Zikim, que fica perto de uma base militar, e foram mortos. O Hamas confirmou a incursão de seus militantes. A mídia israelense confirmou que forças do Hamas e do Exército israelense trocaram tiros na localidade. Há relatos de que moradores se trancaram em suas casas.
Outros 16 palestinos morreram em Gaza atingidos pelos ataques das bombas israelenses, sendo dois deles crianças. Ao menos 25 pessoas ficaram feridas. Segundo Israel, os alvos são locais utilizados para lançar foguetes contra sua população e as duas crianças foram mortas ao serem usadas como escudos humanos.
O avanço do uso das armas sobre o do diálogo têm pressionado a rotina das populações dos dois lados. Em Israel, que possui um eficente sistema antimíssil chamado Domo de Ferro, sirenes de alertas aéreos soaram em grandes cidades como Tel Avivi e Rishon LeZion, levando moradores a se dirigirem para refúgios. Segundo Israel, um míssil explodiu numa área de Jerusalém.
A retórica de guerra dominou os discursos de ambas as partes, com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçando “arregaçar as mangas contra o Hamas”, enquanto a organização palestina declarou que “todos os israelenses” são potenciais alvos de ataque.
De acordo com as Forças Armadas, a aviação israelense perpetrou 146 ataques em Gaza desde o início da operação militar “Limite Protetor” na segunda-feira. Destes, 98 foram contra lançadores de foguetes. O sistema antimíssil Domo de Ferro interceptou 23 foguetes. Não foi estabelecido um limite de tempo para a operação, mas o ministro da Defesa, Moshe Ya'alon, indicou que não seria finalizada em poucos dias.
— O Hamas escolheu agravar a situação e vai pagar um preço alto por isso — ameaçou Netanyahu, afirmando que havia chegado a hora de “arregaçar as mangas” contra o grupo palestino.
O Exército de Israel anunciou que havia “atingido” o militante do Hamas Mohamed Goda, em Rafah, no Sul de Gaza, bem como “outros 40 alvos”. Cinco casas foram destruídas, três em Khan Yunis, no Sul da Faixa de Gaza, e duas no Norte.
“A matança de crianças em Khan Yunis é um crime de guerra terrível, e todos os israelenses tornaram-se agora alvos legítimos da resistência (palestina)”, disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri.
ABBAS PEDE FIM DOS ATAQUES
Em um comunicado, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, exigiu que Israel acabe imediatamente com a operação aérea. Abbas fez um apelo à comunidade internacional para deter o que classificou de “perigosa escalada que poderia provocar mais destruição e instabilidade na região”. Preocupada com a escalada de tensões, a Liga Árabe pediu uma reunião de emergência à ONU.
Os ataques intensificaram-se na noite de segunda-feira, poucas horas depois de três extremistas judeus confessarem ter assassinado e queimado vivo o palestino Mohammad Abu Khdeir, de 16 anos, cujo corpo foi encontrado na última quarta-feira.
O crime foi amplamente considerado uma vingança pelo sequestro de três jovens israelenses, cujos restos mortais foram encontrados no último dia 30, segundo o governo o israelense.
PARA HAMAS, ISRAEL ULTRAPASSOU LINHA VERMELHA
As brigadas Ezzedine al-Qassam (braço militar do Hamas) reivindicaram a autoria dos disparos de dezenas de foguetes contra o território israelense, em “resposta à agressão sionista”, e advertiram que Israel “ultrapassou a linha vermelha ao atacar casas”.
O ex-chefe de governo do grupo, Ismaïl Haniyeh, emitiu um comunicado pedindo unidade do povo para enfrentar a crise. Haniyeh afirmou que a ação israelense é uma oportunidade excepcional para a reconciliação entre os palestinos, em referência ao Hamas e à Organização de Libertação da Palestina (OLP), que tentam constituir um governo de união.
Segundo o Exército israelense, mais de 40 foguetes foram disparados de Gaza em apenas uma hora na segunda-feira à noite, e o sistema de defesa antimísseis destruiu 12 no ar. A TV estatal de Israel mostrou dezenas de tanques posicionados na fronteira.
— Os foguetes são uma reação natural aos crimes israelenses contra nosso povo. Que o ocupante (israelense) compreenda bem a mensagem. Não tememos suas ameaças — advertiu o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.
Diante da escalada da violência, Netanyahu havia se comprometido a “fazer o necessário para recuperar a paz e a segurança” em Israel.