Choques já entram no terceiro dia. Israel bombardeou mais de 750 alvos na Faixa de Gaza. Em contrapartida, Hamas lançou cerca de 320 mísseis. Número de palestinos mortos em confrontos passa de 70, inclusive 60 civis.
Deutsch Welle
Já ultrapassa 70 o número de palestinos mortos nos confrontos entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. O grupo radical islâmico pede aos moradores dos locais atacados pela Força Aérea israelense que se posicionem como escudos humanos durante os bombardeios. O conflito continua intenso pelo terceiro dia consecutivo, e nenhum dos lados dá sinais de desistência.
Segundo médicos, entre os mortos há pelo menos 60 civis, inclusive mulheres e crianças. O maior número de vítimas – oito mortos e 25 feridos – se deu durante um ataque israelense a um café em Khan Yunis, na madrugada desta quinta-feira (10/07). Os fregueses assistiam ao jogo entre a Holanda e a Argentina, nas semifinais da Copa do Mundo.
Os bombardeios na região começaram na terça-feira, depois que o Hamas voltou a lançar mísseis sobre Israel. O país afirma que só considerar um cessar-fogo se os militantes do Hamas suspenderem seus ataques. Segundo o presidente israelense, Shimon Peres, "o Hamas está matando os cidadãos de Gaza, ao colocá-los onde os foguetes são lançados".
Geralmente, o Exército israelense anuncia os ataques por telefone e espera que os moradores deixem suas residências. Segundo um porta-voz, assim se procedeu, porém algumas pessoas voltaram para casa pouco antes dos bombardeios, e não havia mais como sustá-los. O funcionário reforçou que o Exército tudo faz para impedir mortes de civis.
Em pronunciamento na televisão, o porta-voz do Hamas elogiou os palestinos que subiram nos telhados durante os bombardeios de Israel. "Conclamamos a seguir essa prática", enfatizou. Por sua vez Ministério do Interior em Gaza desaconselhou os moradores de abandonarem suas casas em reação a alertas anônimos.
Ênfase na campanha aérea
Autoridades israelenses informam que já foram lançados mais de 320 mísseis a partir da Faixa de Gaza. No entanto, pelo menos 72 foram interceptados pelo sistema antimísseis Iron Dome e a maioria dos demais caiu em áreas despovoadas, sem causar danos.
"Os sucessos militares até agora têm sido significativos. Nós continuaremos até [os palestinos] entenderem que essa escalada não é benéfica para eles, e que não vamos tolerar ataques com mísseis contra nossas cidades e cidadãos", declarou o ministro israelense da Defesa, Moshe Yaalon.
Segundo o porta-voz do Exército Peter Lerner, na madrugada de quinta-feira Israel atacou mais de 320 alvos do Hamas, focando em redes de túneis subterrâneos e lançadores de mísseis. Em três dias de conflito, mais de 750 já locais foram bombardeados, afirmou, estimando em 80 o número de vítimas palestinas.
Ele confirmou que Israel mobilizou 20 mil reservistas para uma possível operação em território palestino, mas por enquanto se concentra em maximizar sua campanha aérea. "A opção por terra precisa ser a última, e somente se for absolutamente necessária. Há um plano de ação cuidadosamente traçado", assegurou Lerner. Além do risco de um número elevado de mortes do lado palestino, uma ofensiva terrestre poderia colocar em perigo as tropas israelenses.