Na Frota do Mar Negro será posto em serviço o novo submarino Diesel Rostov-na-Donu. O submersível foi lançado à água nos estaleiros Admiralteiskie em São Petersburgo, sendo o segundo navio do projeto 636, devendo o terceiro estar pronto em agosto deste ano.
Oleg Nekhai | Voz da Rússia
Conforme o comando da Marinha de Guerra, até 2016, serão construídos seis submarinos convencionais do referido projeto, pertencentes à terceira geração da classe Varshavyanka. O novo submarino é capaz de deslocar 3,1 mil toneladas, desenvolver a velocidade igual a 20 nós e imergir à profundidade máxima de 350 metros. Os submarinos dispõem de armas potentes – torpedos de calibre de 533 ml, um conjunto de minas e um complexo de mísseis Kalibr.
Os submarinos do projeto 636 são, de fato, navios modernizados do projeto 877 Varshavyanka, elaborados no início dos anos 80 do século passado. Os peritos e técnicos do Ocidente denominaram-nos de “buracos negros” por possuírem um nível de ruído muito baixo, recorda Konstantin Sivkov, presidente da Academia de Problemas Geopolíticos:
“A principal transformação se refere à substituição de propulsores, tendo sido modernizados ainda o sistema de comando, a estação hidro-acústica, os sistemas de combate a interferências, o que permitiu diminuir várias vezes o nível de ruído”.
A entrada em serviço de um novo complexo hidro-acústico poderá aumentar a distância de detecção de navios da classe análoga.
Proximamente, o processo de modernização da Frota do Mar Negro terá um novo impulso. Após a reintegração da Crimeia e de Sevastopol será revisto um programa de construção naval, se prevendo um substancial aumento de quantidade e de qualidade de embarcações destinadas para a Frota do Mar Negro. Já este ano, a Frota há-de receber duas lanchas anti-diversionistas.
Os submarinos do projeto 636 poderão cumprir um largo espectro de missões lhe incumbidas, salienta Konstantin Sivkov:
“No primeiro lugar está a luta anti-submarina nas zonas adjacentes ao litoral de nosso potencial adversário, ou seja, nas regiões de seu estacionamento. Os novos submersíveis são capazes de afectar sistemas de comunicações e, utilizando mísseis de cruzeiro Club-S, realizar ataques contra grupos de navios de potencial adversário.
Peritos opinam que a Frota do Mar Negro precisa de dez submarinos não atómicos e cerca de três regimentos da aviação marítima, incluindo um regimento de caças. A frota necessita ainda de navios de ataque – corvetas e lanchas porta-mísseis.
Nos tempos da URSS os navios da OTAN procuravam estabelecer domínio no mar Negro. Em 1988, perto das costas da Crimeia, o cruzador norte-americano Yorktown e o contra-torpedeir o oceânico Caron violaram a fronteira soviética, tendo entrado nas águas territoriais à distância de 7 milhas. A reação da parte soviética foi rápida e eficiente – os navios de patrulha Bezzavetnyy e o SKR-6 empreenderam contra os transgressores um contra-ataque directo. Depois do incidente, os navios da OTAN nunca mais se aproximaram da linha fronteiriça russa à distância inferior a 120 milhas marítimas.
De acordo com analistas, depois de reintegração da Crimeia o sistema de estacionamento da Frota do Mar Negro melhorou de forma radical. Nos próximos seis anos, a Frota deverá receber 30 novos navios de classes e categorias diversas.