Morte de jovens reacende conflito Israel x palestinos
Do UOL, em São Paulo
Após a descoberta dos corpos dos três jovens israelenses sequestrados em junho, Israel bombardeou dezenas de locais na faixa de Gaza nesta terça-feira (1), em um ataque a alvos do Hamas.
O grupo palestino foi culpado por Israel pela morte dos jovens. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, jurou vingança e disse que o "o Hamas é responsável e pagará" pelos assassinatos.
O Hamas negou envolvimento na morte dos três israelenses e acusou Israel de usar o caso para justificar uma guerra contra os palestinos. O porta-voz do grupo, Sami Abu Zuhri, disse que se Israel iniciar uma guerra, abrirá "os portões do inferno" e "pagará o preço" por qualquer "agressão".
Durante a madrugada, Israel realizou mais de 30 ataques aéreos contra a faixa de Gaza, em resposta ao disparo de 18 foguetes de Gaza contra o sul de Israel desde a noite de domingo, disse o Exército israelense.
Ao menos um palestino morreu na noite desta segunda-feira (30) após ser atingido por disparos do Exército israelense nos arredores da cidade de Hebron, que foi tomada e ocupada pelas Forças Armadas de Israel. Segundo fontes militares, os soldados responderam com fogo contra a vítima quando esta se dispunha a lançar uma granada contra eles.
Outras três pessoas foram detidas na operação noturna, que se concentrou nas residências de Amre Abu Aysha, 33, e Marwan Kawasme, 29, que Israel considera como responsáveis pelo desaparecimento e morte de Eyal Yifrah,19, e Gilad Shaar e Naftali Fraenkel, 16.
Os corpos dos jovens foram encontrados nesta segunda-feira (30) ao norte de Hebron, em uma propriedade da família Kawasme, um dos maiores clãs da Cisjordânia, enterrados sob um monte de rochas.
Segundo a imprensa israelense, as tropas demoliram ontem à noite parte da casa de Abu Eysha, no norte de Hebron, enquanto buscava por armas e pistas que possam levar à detenção desses dois membros do Hamas.
Sequestro
Os israelenses haviam sido sequestrados no dia 12 de junho quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias na Cisjordânia ocupada, entre as cidades palestinas de Belém e de Hebron.
Um telefonema para o serviço de emergência foi feito por uma das vítimas no dia do desaparecimento. "Fui sequestrado", teria dito um dos adolescentes, antes de a ligação ser encerrada. Os atendentes tentaram ligar de volta e rastrear o número, sem sucesso. O gerente e o supervisor do turno decidiram desistir de continuar a busca – e acabaram demitidos posteriormente.
O Exército israelense chegou a realizar uma operação na Cisjordânia para encontrá-los, porém não teve sucesso. Forças de segurança israelenses fizeram buscas pelos jovens em mais de mil casas de palestinos em West Bank.
Durante a investida militar, cinco palestinos foram mortos, e outros 400, detidos - a maioria integrante do Hamas.
Homenagens
Os três jovens serão enterrados nesta terça-feira (1) em um grande funeral na cidade de Modiín, no centro de Israel, em uma cerimônia que deve contar com a presença do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Também estarão presentes ministros, deputados e altos comandantes do Exército de Israel.
Após o anúncio da morte dos jovens nesta segunda-feira (30), vários adolescentes acenderam velas para homenagear as vítimas em praças de Jerusalém, Tel Aviv e outras cidades do país.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou os assassinatos e afirmou que não pode haver nenhuma justificativa para a morte deliberada de civis.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também se pronunciou sobre o crime, afirmando que foi um "ato insensível de terror".
"Como pai, eu não posso imaginar a dor indescritível que os parentes desses jovens estão sentindo. Os EUA condenam nos termos mais fortes possíveis esse ato de terror insensível contra a juventude inocente".
(com agências internacionais)