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25 junho 2014

"Guerra de Obama contra os radicais islâmicos está mais do que perdida"

O presidente do Instituto de Estudos sobre o Oriente Médio, Evguêni Satanóvski, afirma que a catástrofe do Iraque será repetida no Afeganistão.


Marina Baltacheva | Vzgliad

Confira entrevista do presidente do Instituto de Estudos sobre o Oriente Médio, Evguêni Satanóvski concedida ao “Vzgliad” sobre a atual crise no Iraque.

Vzgliad - Como o governo do Iraque perdeu o controle sobre a situação no país?

Evguêni Satanóvski - O governo iraquiano nunca controlou toda a situação. O governo não controlava uma parte de território e realizou uma política que levou a uma guerra civil indolente. Por isso, nas regiões sunitas, os islamitas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) receberam o apoio dos xeques locais, que não tinham acesso ao óleo ou uma posição na hierarquia do governo.

O exército iraquiano foi desmoronado e deixou aos guerrilheiros centenas de tanques, aviões e equipamentos militares mais novos, cujo preço é de vários bilhões de dólares. Na minha opinião, o governo não controlava nada. Essa situação não é exclusiva do Iraque, no Afeganistão acontecerá a mesma coisa.

O parlamento iraquiano não conseguiu votar a favor da introdução de um estado de emergência. Por quê?

No Iraque não existe consenso. Ou há um ditador como Saddam Hussein ou outros líderes autoritários tentam se tornar o novo Saddam.

Os curdos, os xiitas e os deputados sunitas não são capazes de chegar a um acordo. Mesmo até nas condições de perigo de morte do governo, o parlamento é incapaz de se unir.

A Casa Branca está estudando outras maneiras para fornecer apoio ao governo iraquiano. De que tipo de apoio se trata?

Os Estados Unidos deixaram o Iraque entregue à própria sorte, da mesma forma que deixaram o Afeganistão. Em breve, após a saída das tropas dos EUA do Afeganistão, acontecerá o mesmo que no Iraque. Ou o cenário pode ser ainda pior. Não faz sentido prestar demasiada atenção nas palavras do presidente americano.

Os Estados Unidos falam sobre a possibilidade de realizar ataques aéreos contra os guerrilheiros do EIIL não apenas no Iraque, mas também na Síria.

Isso é apenas um apoio simbólico que não ajudará a Nuri al-Maliki no Iraque. Essa decisão devia ser tomada há pelo menos um ano.

O lançamento de algumas bombas para que os americanos simulem que continuam a controlar a situação não vai parar os islamitas. A guerra real de Obama contra o islamismo radical é mais do que perdida.

O chanceler russo, Serguêi Lavrov, declarou que os eventos no Iraque são o fracasso da aventura americana e britânica no Iraque.

É difícil não concordar com Lavrov. Eu usaria uma expressão ainda mais severa. É uma catástrofe, mas não a nível regional. Sem dúvida, os Estados Unidos realizaram ações de uma maneira extremamente irresponsável. Ninguém deveria entrar no Iraque. Em qualquer caso, é inadmissível deixar o país entregue à própria sorte.

A Rússia vai intervir na situação? Como acabará o conflito iraquiano?

A Rússia tem que resolver a crise na Ucrânia. Além disso, enfrentamos uma situação muito complicada na Ásia Central, onde, após a saída das tropas dos EUA do Afeganistão, começará uma primavera centro-asiática. Isso afetará regiões mais importantes para a Rússia do que o Iraque: Uzbequistão, Quirguistão e outras repúblicas da Ásia Central.

Além disso, acredito que a Federação Russa não tem recursos suficientes para intervir em todos os conflitos.

Existe apenas um cenário para o Iraque: cisão catastrófica do país com consequências imprevisíveis para toda a região, uma queda dramática na produção de petróleo e o colapso do mercado de petróleo, porque que os preços começarão a crescer rapidamente.



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