Cidade sofre com a falta de água e energia elétrica
Eduardo Rosa | Zero Hora
Iraí - O nível das águas dos rios de Iraí, no norte do Estado, estabilizou na tarde deste sábado, depois de uma manhã em que a situação ficou mais crítica, fazendo com que outras famílias tivessem de deixar suas casas.
Uma equipe do Exército, vinda de Ijuí, já fez o reconhecimento da área e ajudará os órgãos da cidade na logística e na distribuição de água potável — além de ser castigada pela chuva, a cidade sofre com a falta de água e energia elétrica.
Iraí decretou estado de calamidade pública por conta das chuvas - Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS
O Exército ficará em Frederico Westphalen, cidade que serve como base de apoio para a região, onde as doações são concentradas no ginásio do Colégio Auxiliadora. A Defesa Civil municipal, junto com os bombeiros, Brigada Militar e voluntários, está priorizando a retirada de pessoas das áreas mais atingidas e o envio de mantimentos às regiões isoladas. Na Central de Operações, o número de ligações com pedidos de auxílio reduziu à tarde.
O arquiteto Anderson Zanata, que atua como voluntário, ressalta que a cidade necessita de água potável, alimentos (principalmente arroz, feijão, azeite, massa, farinha e café) e material de higiene. A prefeitura faz um alerta a quem trafega pela BR-386, devido à pista molhada, os buracos e à quantidade de pessoas paradas às margens da rodovia.
Na tarde deste sábado, até chegou a fazer sol, por volta das 15h, mas voltou a chover fraco.
— A chuva daqui não influencia tanto. O pior é a água que vem de Santa Catarina e do Paraná. O Rio Uruguai não está mais represando — afirmou o prefeito Volmir José Bielski.
Situação ficou mais crítica na quinta-feira
Apesar de a chuva castigar a região desde segunda-feira, foi no fim da semana que as cheias ganharam proporção maior.
O sargento da BM Gilson Cezar Almeida conta que, na quinta, teve de sair da residência de madeira em que mora há 15 anos, na Rua Torres Gonçalves, para ir ao velório de um vizinho. Retornou uma hora depois e viu o porão sendo tomado pela água. Aí começou uma mobilização que se estendeu até a madrugada para salvar móveis e eletrodomésticos, deixando de lado rusgas antigas com um vizinho. O auxílio dos dois foi mútuo.
— A gente acompanha a previsão pela prefeitura e pelas rádios, mas não imaginávamos que seria assim — disse o sargento, que se emocionou ao olhar, de dentro de um barco, os cômodos tomados pela enxurrada.
Mesmo quem consegue recuperar pertences enfrenta uma série de dificuldades, como tomar banho. O cenário em regiões distintas de Iraí é de destruição: telhados e árvores sendo cobertos, pessoas desesperadas deixando suas moradias e pedidos de ajuda constantes ao Centro de Operações da Defesa Civil, que está funcionando 24 horas no prédio da prefeitura.
Após uma madruga de sábado mais tranquila que a anterior, as autoridades e a população voltaram a se preocupar durante a manhã, quando a água subiu mais uma vez e entrou nas casas.
Era a situação de Tegler Wiltzke, 68 anos. Por volta das 9h30min, a água que havia entrado em seu porão começou a invadir as áreas lateral e dos fundos da construção de alvenaria. Prontamente, os vizinhos se juntaram e retiraram cama, TV, cômoda, mesa e o que mais conseguiram. A sensação da dona de casa era de tristeza misturada à conformidade de quem enfrenta cheias na cidade desde 1965:
— É muito complicado. A gente cansa da vida.
Iraí - O nível das águas dos rios de Iraí, no norte do Estado, estabilizou na tarde deste sábado, depois de uma manhã em que a situação ficou mais crítica, fazendo com que outras famílias tivessem de deixar suas casas.
Uma equipe do Exército, vinda de Ijuí, já fez o reconhecimento da área e ajudará os órgãos da cidade na logística e na distribuição de água potável — além de ser castigada pela chuva, a cidade sofre com a falta de água e energia elétrica.
Iraí decretou estado de calamidade pública por conta das chuvas - Foto: Ronaldo Bernardi / Agência RBS
O Exército ficará em Frederico Westphalen, cidade que serve como base de apoio para a região, onde as doações são concentradas no ginásio do Colégio Auxiliadora. A Defesa Civil municipal, junto com os bombeiros, Brigada Militar e voluntários, está priorizando a retirada de pessoas das áreas mais atingidas e o envio de mantimentos às regiões isoladas. Na Central de Operações, o número de ligações com pedidos de auxílio reduziu à tarde.
O arquiteto Anderson Zanata, que atua como voluntário, ressalta que a cidade necessita de água potável, alimentos (principalmente arroz, feijão, azeite, massa, farinha e café) e material de higiene. A prefeitura faz um alerta a quem trafega pela BR-386, devido à pista molhada, os buracos e à quantidade de pessoas paradas às margens da rodovia.
Na tarde deste sábado, até chegou a fazer sol, por volta das 15h, mas voltou a chover fraco.
— A chuva daqui não influencia tanto. O pior é a água que vem de Santa Catarina e do Paraná. O Rio Uruguai não está mais represando — afirmou o prefeito Volmir José Bielski.
Situação ficou mais crítica na quinta-feira
Apesar de a chuva castigar a região desde segunda-feira, foi no fim da semana que as cheias ganharam proporção maior.
O sargento da BM Gilson Cezar Almeida conta que, na quinta, teve de sair da residência de madeira em que mora há 15 anos, na Rua Torres Gonçalves, para ir ao velório de um vizinho. Retornou uma hora depois e viu o porão sendo tomado pela água. Aí começou uma mobilização que se estendeu até a madrugada para salvar móveis e eletrodomésticos, deixando de lado rusgas antigas com um vizinho. O auxílio dos dois foi mútuo.
— A gente acompanha a previsão pela prefeitura e pelas rádios, mas não imaginávamos que seria assim — disse o sargento, que se emocionou ao olhar, de dentro de um barco, os cômodos tomados pela enxurrada.
Mesmo quem consegue recuperar pertences enfrenta uma série de dificuldades, como tomar banho. O cenário em regiões distintas de Iraí é de destruição: telhados e árvores sendo cobertos, pessoas desesperadas deixando suas moradias e pedidos de ajuda constantes ao Centro de Operações da Defesa Civil, que está funcionando 24 horas no prédio da prefeitura.
Após uma madruga de sábado mais tranquila que a anterior, as autoridades e a população voltaram a se preocupar durante a manhã, quando a água subiu mais uma vez e entrou nas casas.
Era a situação de Tegler Wiltzke, 68 anos. Por volta das 9h30min, a água que havia entrado em seu porão começou a invadir as áreas lateral e dos fundos da construção de alvenaria. Prontamente, os vizinhos se juntaram e retiraram cama, TV, cômoda, mesa e o que mais conseguiram. A sensação da dona de casa era de tristeza misturada à conformidade de quem enfrenta cheias na cidade desde 1965:
— É muito complicado. A gente cansa da vida.