Segundo a ONU, não há dados para saber quantos combatentes e quantos civis figuram nos 257 mortos contabilizados pelo Ministério da Saúde
Correio do Brasil
Por Redação, com ABr - de Genebra
Pelo menos 350 pessoas morreram em conflitos no Leste da Ucrânia, segundo contagem de observadores da Organização das Nações Unidas (ONU) enviados para a região com o objetivo de verificar as violações de direitos humanos. O balanço, apresentado nesta quarta-feira em Genebra, refere-se ao período entre 11 de abril e 14 de junho.
O número inclui 257 mortos contabilizados pelo Ministério da Saúde ucraniano, 14 dos quais eram crianças, o número também inclui os 49 mortos no abate de um avião militar no último sábado.
Segundo a ONU, não há dados para saber quantos combatentes e quantos civis figuram nos 257 mortos contabilizados pelo Ministério da Saúde.
Em relação às violações de direitos humanos na região, os 34 observadores da ONU concluíram que separatistas pró-russos cometeram torturas, assassinatos e sequestros não apenas contra ativistas, políticos e jornalistas, mas também contra a população em geral.
- Na região reina uma atmosfera de intimidação e de medo constante – afirmou Gianni Magazzeni, responsável pelo relatório divulgado.
Em Donetsk e em Lugansk, 222 pessoas foram sequestradas, incluindo os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação Na Europa (Osce). Desse total, pelo menos quatro pessoas foram executadas sumariamente e 137 libertadas, disse o responsável, acrescentando que os observadores não conseguiram obter informações sobre as restantes 81 pessoas.
- Alguns dos que foram libertados falaram de violência, de privação de sono, de condições precárias ou desumanas, trabalho forçado, incluindo a obrigação de se juntarem às fileiras dos rebeldes ou ajudarem a capturar outras pessoas – explicou Maganezzi. Segundo o relator, pessoas foram mortas em postos de controle simplesmente por que não queriam combater com os rebeldes.
A deposição do presidente Viktor Ianukovitch, em fevereiro, desencadeou uma insurgência pró-russa no Leste da Ucrânia, com a tomada de edifícios governamentais por forças separatistas e a autoproclamação das “repúblicas populares independentes” de Donetsk e Lugansk. As autoridades de Kiev lançaram, em abril, uma ofensiva para recuperar o controle do Leste, operação que foi intensificada após a eleição do novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, em 25 de maio.