Segundo o periódico South China Morning Post, o Centro de Pesquisas junto da Academia das Ciências Militares da China divulgou um relatório dedicado a ameaças à segurança nacional relacionadas com a atividade de outros países no espaço.
Vassili Kashin | Voz da Rússia
Entre outras coisas, o documento refere a intensificação das obras visando a criação de armas espaciais, aviões aeroespaciais e outros tipos de equipamentos congéneres.
Antigamente, apenas os EUA e a URSS dispunham de armas antissatélite. Hoje, a China possui tais aparelhos, capazes de eliminar satélites em baixas alturas. O primeiro teste foi realizado em 2007.
Nas estimativas dos EUA, a China aprendeu ainda a aniquilar satélites em elevadas órbitas, o que não conseguem fazer nem os EUA, nem a Rússia. Deste modo, Pequim poderá liquidar satélites mais importantes e caros que integram os sistemas de posicionamento globais (GPS).
A destruição desses sistemas é capaz de inviabilizar o emprego de certos tipos de armas, por exemplo, de bombas “inteligentes” JDAM relativamente baratas, diminuindo a supremacia informativa dos exércitos do Ocidente, vista como um sustentáculo do seu poderio militar. A ciência militar chinesa propõe combinar tais ataques a satélites e os demais elementos de apoio informativo com as medidas de ataque eletrônico e informativo.
Ao mesmo tempo, vários projetos militares dos EUA, inclusive a projeção de maquinas voadoras hipersônicas e de sistemas de “ataque global rápido” não deixam de afetar seriamente a segurança chinesa.
A China se vai tornando um alvo de atenção dos serviços de reconhecimento espacial dos EUA. Mas se antes, a supremacia norte-americana parecia evidente e incontestável, hoje a China está lançando um desafio numa série de setores.
Ao que tudo indica, os esforços da China estão sendo concentrados nas obras de projeção e realização de experiências de novas armas espaciais. As empresas de média dimensão, responsáveis pela produção de mísseis balísticos estratégicos e vetores criados na sua base, não são numerosas. Mas, cedo ou tarde, passarão a ser usadas para fabricar em série este tipo de armas.
Nos últimos meses, a Rússia e a China têm tomado decisões viradas para intensificação da colaboração na esfera espacial. Uma maior integração dos ramos espaciais dos dois países seria vantajosa, podendo até acelerar a implementação de programas de segurança espacial.