Segundo informações do vice-ministro da Defesa russo, Anatóli Antonov, o Exército ucraniano concentrou 15.000 soldados na fronteira com o território russo. Proposta de Pútin de adiar o referendo no sudeste da Ucrânia foi refutada em meio à continuidade de operações militares na região.
Marina Obrazkova | Gazeta Russa
Na última terça-feira (6), um grupo americano-norueguês efetuou, no âmbito do Acordo de Céu Aberto, um voo de reconhecimento ao longo da fronteira com as regiões ucranianas de Kharkov e Lugansk. No dia seguinte, foram para a região ao sul de Brianks, tendo sobrevoado o território fronteiriço ao longo das localidades de Glukhov-Sumi. A parte russa não apresentou qualquer obstáculo à escolha da rota de voo e também não foi detectada nenhuma evidência de atividades militares secretas.
“Mas, em declarações públicas, são transmitidos clichês de propaganda contrários que acusam a Rússia de violar suas obrigações”, declarou o vice-ministro da Defesa russo, Anatóli Antonov. “Os parceiros ocidentais nos convenceram a apresentar uma ‘transparência unilateral’ e dar livre acesso a missões de inspeção complementares no território russo.”
Antonov salientou que até agora não existe um único Estado-membro da Otan, incluindo os Estados Unidos, que tenha apresentado à Rússia qualquer queixa formal de descumprimento ou violação direta das obrigações internacionais por parte da Federação Russa no domínio das armas convencionais.
De acordo com a conversa telefônica entre os autoridades de defesa da Rússia e dos Estados Unidos, as tropas russas se retiraram para os seus locais de aquartelamento permanente depois de terminadas as manobras militares junto à fronteira russo-ucraniana no final de abril.
“No âmbito do Acordo de Céu Aberto e do Documento de Viena de 2011, nos últimos 2 meses nós facilitamos dezenas de atividades de inspeção, incluindo um voo extraordinário de reconhecimento da Ucrânia sobre a região da Rússia ao longo da fronteira”, acrescentou o vice-ministro russo.
Paralelamente, Antonov criticou o lado ucraniano por retomar o recrutamento das Forças Armadas e concentrado tropas na fronteira com a Rússia, onde teriam sido desdobrados 15.000 soldados ucranianos. “Isso não vai contribuir para acalmar a tensão na Ucrânia”, disparou a autoridade russa.
Vontade do povo
Apesar da recente declaração feita pelo presidente russo, Vladímir Pútin, sobre um possível adiamento do referendo sobre o estatuto das regiões no sudeste da Ucrânia, os defensores da federalização não pretendem alterar os planos. De acordo com o copresidente da República Popular de Donetsk, Denis Puchilin, os membros dos conselhos populares das regiões de Lugansk e Donetsk votaram por unanimidade na recusa em transferir o referendo para uma data posterior.
“Vladímir Pútin está procurando opções para resolver a situação e nós somos gratos a ele por isso, mas somos nós os únicos porta-vozes do povo, apenas nós expressamos que o povo quer”, disse Puchilin, citado pela agência Ria Nóvosti. Segundo ele, “em um ambiente onde as autoridades de Kiev seguem realizando uma operação especial, no povo apenas se intensifica o desejo de realizar a votação”.
No referendo, os moradores locais responderão se apoiam o ato de proclamação da independência estatal da República de Donetsk. No entanto, o secretário do Conselho da Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Parubi, adiantou que a operação especial de força no sudeste da Ucrânia “vai continuar, independentemente da decisão das regiões em relação ao referendo”.
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