A Rússia terá em breve um novo avião ultramoderno de reconhecimento e detecção por radar a grandes distâncias, o A-100. A nova aeronave vai substituir o A-50 da Força Aérea russa.
Oleg Nekhai | Voz da Rússia
O futuro avião de 5ª geração A-100 irá aumentar significativamente as capacidades de reconhecimento, patrulha e gestão, embora as capacidades do antecessor modernizado A-50U já fossem bastante grandes. Segundo informações publicamente disponíveis, este complexo garante a deteção de bombardeiros a uma distância de 650 quilômetros, de caças a uma distância de 300 quilômetros, e de alvos terrestres, como uma coluna de tanques, a uma distância de 250 quilômetros.
O complexo aéreo de deteção, controlo e alerta por radar a longas distâncias, conhecido como A-100, está sendo criado com base no IL-476 em cooperação entre empresas da indústria militar russa, nota Vladimir Verba, o diretor-geral da empresa Vega, um dos principais participantes do projeto:
“Este é um avião com capacidades únicas para a detecção e seleção de alvos em ar, terra e água, aerodinâmicos e balísticos, incluindo engenhos hipersônicos não-tripulados. Possui também capacidades de reconhecimento, processamento e apresentação de informações para pontos de gestão de todos os níveis”.
Sem dúvida, este é um dos sistemas de aviação mais complexos do mundo. Apenas dois países hoje são capazes de criar independentemente tais complexos, e um deles é a Rússia.
O avião A-100 será equipado com um sistema de rádio moderno com um radar de varredura eletrônica ativa (AESA na sigla inglesa) de última geração. E também com soluções de computação superpotentes com base em supercomputadores de cluster russos para o processamento de informações.
Provavelmente, na Força Aérea russa este complexo se tornará um elemento-chave de reconhecimento e controle para todos os ramos das Forças Armadas da Federação Russa. Mas para realizar reconhecimento no âmbito do Tratado Internacional de Céus Abertos os militares russos podem usar o sistema aéreo de vigilância Céu Aberto baseado no avião Tu-214ON. Para o Ministério da Defesa russo já foram construídos dois aviões completamente equipados com instrumentos de observação e toda a infraestrutura terrestre do sistema de monitoramento Céu Aberto.
O principal empreiteiro aqui é a empresa Vega, nota Vladimir Verba:
“Nós equipamos o complexo de vigilância de bordo desse sistema com todos os meios de monitoramento aéreo permitidos pelo Tratado de Céus Abertos. Em suas missões, inspetores russos podem realizar observações detalhadas da superfície em vários espectros de ondas eletromagnéticas: infravermelho, ótico, foto, vídeo, radar”.
Segundo o diretor-geral da empresa, os receios do lado norte-americano, expressados pela mídia ocidental, de um suposto excesso das características técnicas são absolutamente infundados. Depois de passar a certificação internacional, o sistema Tu-214ON pode legitimamente ser usado para realizar voos de inspeção sobre os territórios de todos os países participantes do tratado. Hoje esses países são 34, incluindo os Estados Unidos.
Na apresentação do sistema de reconhecimento Céu Aberto em Viena especialistas ocidentais reconheceram que a Rússia conseguiu criar o melhor avião moderno no âmbito do Tratado de Céus Abertos.