Ministério da Defesa
Brasília, 22/05/2014 – A operação Ágata 8 – um dos eixos de defesa para a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 – foi encerrada ontem com recorde em apreensão de drogas. De acordo com balanço, a mobilização militar nos quase 17 mil km de fronteira apreendeu cerca de 40 toneladas de entorpecentes que seguiriam para os grandes centros do país, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Esse volume é mais que o dobro dos 19 mil quilos retirados de circulação no ano passado, durante a Ágata 7, que também abrangeu a mesma extensão, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS). A integração entre as Forças Armadas e os agentes governamentais é apontada como fator preponderante do “sucesso da operação” na avaliação do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, que transmitiu os números ao ministro da Defesa, Celso Amorim.
“A Ágata foi excelente. E temos muito a agradecer às polícias federal, rodoviária federal e estaduais que aturam junto com as Forças Armadas”, avaliou o general De Nardi.
Reunião da Ágata
O balanço com os principais resultados da Ágata 8 foi feito ontem (21) à noite durante videoconferência com a participação dos comandos militares envolvidos na mobilização. O maior volume de apreensão ocorreu num trecho entre os municípios de Cabixi (MT) e Novo Mundo (MS), divisa com a Bolívia e o Paraguai. Numa única ação, as tropas militares e policiais encontraram 15 mil quilos de maconha num caminhão que havia passado pela fronteira e se deslocava já no município de Paranaíba (MS) com destino ao estado de São Paulo.
Na fronteira Oeste, ocorreu também a apreensão de 100 quilos de cocaína. A mobilização levou militares a avaliarem que, se com o “fechamento” da região fronteiriça foram retiradas do mercado toneladas de entorpecentes, “imaginem quanto não circula em situação sem a fiscalização mais rigorosa”.
Durante a ação, foram feitas 122.428 inspeções em veículos e 7.776 em embarcações. Mais de 20 mil pessoas foram revistadas. Os militares apreenderam 206 barcos, 126 automóveis e 28 armas. Nas áreas de floresta, a operação conseguiu fechar o cerco a madeireiros ilegais e, como resultado, a apreensão de 58 metros cúbicos de madeira.
A operação Ágata foi instituída por decreto da presidenta Dilma Rousseff em 2011 dentro do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF). Este plano tem por objetivo assegurar a presença do Estado na faixa de 150 km de largura em 11 estados e 710 cidades. Essa região representa 27% do território nacional. O planejamento da Ágata é precedido de comunicado, por meio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), aos governos dos dez países vizinhos.
Ações cívico-sociais
A Ágata também promove ações de cunho médico-social. Este ano foram prestados 12.443 atendimentos em diversas especialidades médico-hospitalar e 16.655 odontológicas. A população mais carente nos municípios de fronteira recebeu medicamentos: 226.346 remédios foram distribuídos.
Durante as chamadas ações cívico-sociais (aciso), crianças e adolescentes participaram, ainda, de atividades recreativas e esportivas.
Os aciso contaram com a participação de profissionais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O SEST e o SENAT, entidades assistenciais do setor de transporte, também estiveram em algumas cidades da divisa. Nos postos montados em escolas e quadras de esporte foi possível emitir documentos de identidade e carteira de trabalho.
Como parte das ações em prol da sociedade civil, com a Ágata 8 os militares recuperaram 62 km de trechos de rodovias e realizaram manutenção e reparo em 104 instalações públicas, entre elas escolas.