O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou as autoridades de Kiev de romper o acordo assinado em Genebra, na semana passada, para tentar resolver a crise na Ucrânia.
BBC Brasil
Lavrov disse que o governo de Kiev, que não é reconhecido por Moscou, não tomou medidas para desarmar grupos ilegais de ativistas, em especial o grupo paramilitar ultranacionalista conhecido como Setor Direito.
"Os extremistas estão ditando as regras", disse o russo, comentando um tiroteio que deixou pessoas mortas perto de Sloviansk, no leste da Ucrânia.
Ele também condenou os contínuos protestos na praça Maidan, em Kiev.
É "totalmente inaceitável" que as autoridades da Ucrânia tenham falhado em por um fim ao que ele qualificou de protestos ilegais na capital.
Nesse ínterim, o vice-presidente americano Joe Biden desembarcou em Kiev para dois dias de reuniões com os líderes do país, em uma demonstração de apoio ao governo ucraniano.
'Violações'
Na manhã de domingo, pelo menos três pessoas foram mortas em um tiroteio em uma barreira controlada por separatistas pró-Rússia perto de Sloviansk.
Os relatos são contraditórios. Separatistas locais disseram que o ataque foi obra de militantes do Setor Direito. Kiev, por sua vez, disse que o ataque foi uma "provocação" armada por forças especiais russas.
Lavrov disse que o incidente provou que Kiev não quer controlar "extremistas".
Ele disse que a exigência mais importante do acordo de Genebra era a "prevenção de qualquer violência" e ela não está sendo cumprida.
"Medidas estão sendo tomadas - principalmente pelos que tomaram o poder em Kiev - que violam gritantemente os acordos alcançados em Genebra", disse Lavrov durante uma coletiva para a imprensa em Moscou.
O acordo firmado em Genebra no dia 17 de abril após negociações entre Rússia, Ucrânia, União Europeia e Estados Unidos exigiu o fim imediato da violência no leste da Ucrânia e ordenou que grupos armados ilegais entregassem suas armas e desocupassem prédios oficiais.
Ânimos Exaltados
Militantes pró-Rússia ainda ocupam prédios públicos em pelo menos nove cidades na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.
O governo provisório em Kiev disse que havia suspendido operações contra militantes pró-Rússia durante a Páscoa e apelou por unidade nacional.
As autoridades prometeram atender a algumas das exigências dos manifestantes pró-Rússia, entre elas, a descentralização do poder e garantias ao status da língua russa na Ucrânia.